O governo do Equador negou nesta segunda-feira as acusações de que estaria perseguindo a imprensa e descartou o eventual fechamento de um veículo de comunicação, ao rebater as críticas a um processo iniciado contra o jornal La Hora que poderá levar à prisão de seu diretor.
O ministro do Interior, Gustavo Larrea, defendeu a atitude do presidente Rafael Correa, ressaltando que esta se baseia em um marco legal e reiterou que o processo será arquivado se o jornal pedir desculpas.
"Absolutamente (existe uma perseguição). Se existisse não teríamos recorrido a um mecanismo legal, teríamos fechado o veículo ou ameaçado um jornalista", declarou Larrea.
Correa processou o diretor do La Hora, Francisco Vivanco, por um editorial no qual o acusou de "governar com tumultos, paus e pedras", após um confronto entre deputados opositores destituídos e simpatizantes do governo em março.
Caso seja considerado culpado, Vivanco poderá ter que cumprir uma condenação de entre seis meses e dois anos de prisão.
Críticas – A SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) reprovou nesta segunda-feira a ação judicial que o presidente equatoriano, Rafael Correa, apresentou contra o diretor do jornal La Hora de Quito.
O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, Gonzalo Marroquín, disse que a ação por injúria movida contra o editor do jornal La Hora, Francisco Vivanco, é "uma medida torpe da parte do presidente equatoriano”.
Marroquín afirmou também que a atitude de Correa é antiquada na democracia moderna, além de representar um retrocesso para a América Latina.
Marroquín protestou contra as declarações do diretor jurídico da Casa de Governo, Alexis Mera, que havia afirmado que o governo agiria dessa forma contra quem publicasse informações "falsas ou caluniosas".
Para o representante da SIP, trata-se de "uma ameaça contra todos os meios de comunicação".
Na semana passada, a SIP já havia se pronunciado contra a atitude de Correa, mas o governo respondeu, dizendo que a organização não representava jornalistas, mas donos de jornais.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.