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Reforma política: deputados já falam em ‘totalflex’
14/06/2007 | 23:40
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Os deputados federais começaram a trabalhar nesta quinta-feira uma proposta alternativa para a lista fechada. Por trás do esforço, está a tentativa de salvar a reforma e assegurar a aprovação do ponto que consideram mais importante, o financiamento público de campanha.

“Não podemos deixar o financiamento público morrer”, comentou nesta quinta-feira o relator da reforma, Ronaldo Caiado (DEM-GO), à deputada Rita Camata (PMDB-ES), autora de uma das propostas alternativas.

Na noite de quarta-feira, depois de mais de 10 horas de discussão, uma rebelião das bases contra o modelo de lista fechada impediu a votação do relatório de Caiado, que foi adiada para a próxima terça-feira. Logo que a sessão terminou, os deputados falavam em buscar alternativas à lista.

As opções são semelhantes e convergem para o que foi batizado de lista flexível ou híbrida, com o apelido totalflex ou flexpower, referência aos modelos de carro capazes de usar tipos diferentes de combustível. “É o movimento totalflex. Pode ser a gasolina, a etanol, a querosene ou a qualquer outro combustível para chegar lá”, afirmou o deputado Henrique Fontana (PT-RS), que também quer um acordo.

Por esta nova idéia, o eleitor votaria numa lista fechada elaborada pelos partidos, mas também teria a opção de, numa segunda votação, escolher, individualmente, um candidato. As legendas fariam, então, uma equação para que fossem eleitos tantos candidatos da lista como os mais votados pelos eleitores.

O financiamento público prevê que as campanhas sejam financiadas apenas com recursos da União, no valor equivalente a R$ 7 por eleitor. Doações de pessoas físicas e jurídicas ficam proibidas. Os defensores da lista insistem em que, sem ela, o financiamento público cai por terra porque não haveria uma forma de distribuir os recursos entre os candidatos.

“Não é verdade que lista e financiamento sejam vinculados”, reagiu o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que participou da dissidência petista que rejeitou a determinação da Executiva Nacional do PT de fechar questão em favor da lista fechada.

Nesta quinta-feira, a bancada petista reuniu-se e os deputados chegaram a um consenso em torno da lista flexível. Mas ficou claro que a discussão ainda não está encerrada.

“O projeto de Caiado foi enterrado. Agora, temos condição de fazer a reforma política com calma, sem açodamento. Não pode começar pela lista”, insistiu Vaccarezza, que prefere a votação de pontos menos polêmicos, como a fidelidade partidária e o próprio financiamento público de campanha.

Os defensores da lista, no entanto, têm pressa. Eles pretendem elaborar uma nova proposta a ser encampada pelo relator até a próxima semana.




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