O responsável pela Ouvidoria Municipal de São Caetano, Adauto Reggiani, negou ser o advogado do proprietário da Funerária São Paulo, Maurílio Teixeira. Terça-feira, durante depoimento na polícia do ex-diretor-superintendente do Secom (Serviços Comunitários Municipais) sobre suposto envolvimento no esquema de venda de atestados falsos de óbito, Reggiani assinou o documento final, onde consta também o endereço do escritório de advocacia e o número da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

No entanto, ele afirma que esteve na delegacia apenas como representante da administração pública. Questionado se foi ao distrito policial por solicitação do prefeito, José Auricchio Júnior (PTB), o ouvidor negou. “Não fui a pedido do prefeito. Fui a pedido do Maurílio. Sou amigo do Maurílio e por ser também da administração (pública) ele pediu que eu o acompanhasse”, disse o ouvidor.

Auricchio disse que não tinha conhecimento da presença do ouvidor no depoimento e afirmou não ter autorizado Adauto Reggiani a ir à delegacia como representante da administração. Acrescentou que somente poderia estar presente a Corregedoria Permanente Municipal.

Nos bastidores comenta-se que a atitude do ouvidor não agradou nem um pouco ao chefe do Executivo. Isso porque a Ouvidoria Municipal é um órgão destinado a coletar reclamações, sugestões e demais necessidades da população da cidade.

Adauto Reggiani tentou defender sua atitude argumentando que, por ser da Ouvidoria Pública, quer que as apurações do caso sejam feitas na maior lisura possível. “Nem condenando sem provas, mas também não deixando de punir. Essa é a intenção da administração.”

O ouvidor fez questão de destacar que José Vilmar da Silva é o responsável pela defesa de Maurílio Teixeira. “Aliás, a doutora Fabiana (Fernandes Fabricio), que também estava com ele no depoimento, foi como representante da OAB, já que Maurílio é advogado”, justificou.