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Seis décadas dedicadas ao mercado imobiliário

Milton Bigucci comemora 60 anos de atuação, com 415 empreendimentos entregues

Por Yara Ferraz
20/05/2021 | 07:07
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Nario Barbosa/ DGABC


O empresário Milton Bigucci, 79 anos, completa hoje 60 anos de atuação no setor da construção civil. O fundador da construtora MBigucci, que começou seu próprio negócio em 1983 como um pequeno escritório no Rudge Ramos, em São Bernardo, construiu 415 empreendimentos, o que representa cerca de 1,1 milhão de metros quadrados de área construída e 10,7 mil unidades habitacionais entregues.

Nascido no bairro do Ipiranga, em São Paulo, filho de um carpinteiro e uma costureira, Bigucci começou a trabalhar cedo, com apenas 9 anos, em um consultório dentário. Atuou por 30 dias, mas nunca recebeu o salário. “Quando apareci lá, tinha mudado durante a noite. Apesar da decepção, já que eu fui todo entusiasmado pelo dinheiro e voltei sem nada, isso foi bom porque serviu para que eu ficasse mais esperto”, contou.

Depois do calote, ele foi balconista em uma loja de ferragens e no RH (Recursos Humanos) de uma indústria têxtil na região do Ipiranga e no almoxarifado em uma ferramentaria em São Bernardo, seu primeiro contato com a região. Foi quando surgiu a oportunidade de ingressar na extinta Construtora Itapuã em 1961, como auxiliar de contabilidade. “Na época, começaram a construir muita coisa no Grande ABC, e eu acompanhava os engenheiros nas obras”, recorda.

Bigucci ingressou na Mercedes-Benz em 1963. Foi assistente do diretor financeiro. Porém, não exitou em frente à oportunidade de voltar à Itapuã, em 1968, como diretor administrativo e financeiro.

“Era a época em que o BNH (Banco Nacional de Habitação) estava disponibilizando recursos para moradia popular. Muita gente falou que eu era louco de pedir demissão de uma empresa dessa estrutura, com o cargo que eu tinha, mas eu estava consciente em arriscar”, relembra.

Em 1983 ele montou sua empresa. Um escritório no Rudge Ramos,em São Bernardo, onde dividia espaço com uma secretária. A primeira obra, o Edifício Glaúcia, um prédio residencial com 16 apartamentos na Vila Liviero, na Capital, saiu em 1986.

“Nesta época, o presidente (José ) Sarney congelou os preços. Foi bem difícil para a obra sair porque a maioria dos produtos eram comprados com ágio (valor cobrado a mais pelos fornecedores) e eu tinha o compromisso de que, mesmo se isso acontecesse, a obra seria entregue. Até porque vendi as unidades para amigos meus. Mas, foi mais um aprendizado para não ficar confiando em toda canetada de poder público. Mais uma que serviu de aprendizado”, contou.

Ano a ano, a MBigucci se transformou em uma das principais construtoras do Brasil e já foi responsável por 415 empreendimentos. Durante estes 37 anos de existência, a construtora acompanhou os altos e baixos do mercado imobiliário, que sofreu diversas crises no período. A empresa atualmente gera cerca de 2.000 empregos indiretos com as obras que estão em andamento – quatro previstas para este ano, sendo duas em São Paulo, uma em Santo André e outra em São Bernardo – e possui 140 funcionários no setor administrativo.

Para Bigucci, o segredo do sucesso é trabalhar “com garra” e não desistir, já que as dificuldades sempre vão existir. “Não pode desanimar. As coisas não caem do céu”, filosofa o empresário, que até hoje cultiva o hábito de entregar as chaves dos imóveis que constrói aos proprietários. “Eu faço questão de olhar nos olhos das pessoas e enxergar a alegria de cada um que conquista o sonho da compra do imóvel”, festeja.

Atuando ao lado de filhos e netos, Bigucci nem pensa em aposentadoria. Pelo contrário, esbanja vontade. “Só paro no dia em que eu morrer. Enquanto isso, continuo trabalhando”, afirma. 




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