Estacionar na região central de Diadema sem o cartão de Zona Azul não é tarefa complicada para os motoristas. São 533 vagas disponíveis, todas dentro do sistema, mas multa para os motoristas que desobedecem as regras não é fato corriqueiro.

De janeiro a setembro deste ano, as meninas da Zona Azul, como são conhecidas pelos motoristas da cidade, fizeram cerca de 9.000 notificações e apenas 28% dessas (2.594) foram convertidas em multas.

Todos os dias, o comerciante Carlos Alberto Benedito, 32 anos, estaciona o carro no Centro, mas não compra o cartão de Zona Azul, que custa R$ 1,50 para o período de uma hora, e R$ 2 para duas horas. “Aqui não precisa, elas não multam. A notificação tem 15 minutos de tolerância, mas se passar, elas não podem fazer nada porque dependem do Departamento de Trânsito”, conta.

Casos como o de Carlos são normais no centro de Diadema. A dona-de-casa Marina Alves, 46 anos, sempre passa do horário. “A gente sai para fazer compras e nunca sabe quanto tempo vai demorar. Às vezes, coloco o cartão de uma hora e demoro um pouco mais, mas nunca fui multada.”

Oito funcionárias trabalham para fiscalizar a Zona Azul de Diadema. São 26 ruas no sistema – em média, cada funcionária deve fiscalizar três vias.

“É um número bom, elas conseguem dar conta do serviço, e depois que aplicam as notificações, a Fiscalização de Trânsito autua os carros em caso de reincidência”, explica José Eduardo dos Santos, diretor de Trânsito de Diadema.

“Nossa intenção é educar no trânsito, tanto que o dinheiro dessas multas é revertido para esta finalidade”, diz o diretor.

“Eu não conheço ninguém que tenha tomado multa”, diz Antônio Moraes, 44 anos. “Mas é melhor assim, pelo menos não preciso gastar com mais uma coisa.”