A Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) constatou que todas as formas de apresentação do álcool para limpeza – líquido ou gel – são perigosas. O teste, com 18 das marcas mais representativas do mercado, revelou que o consumidor corre perigo por tratar-se de produto altamente inflamável, mesmo sob baixas temperaturas – 26ºC são suficientes para a combustão. Outro agravante apontado foi a falta de travas que dificultem a abertura das embalagens por crianças.

Por ser mais barato do que os demais saneantes, o álcool ainda é umas das principais escolhas das donas de casa. “Há produtos substitutos e que não apresentam tantos riscos”, alerta a coordenadora da Pro Teste, Maria Inês Dolci.

Em 2002, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a troca de alguns tipos de álcool líquido pelo gel. “Nesse período de adaptação, o produto desapareceu do mercado e o número de acidentes caiu pelo menos 60%”, revela Maria Inês.

A Abraspea (Associação Brasileira dos Produtores e Envasadores de Álcool) defende que os acidentes são resultantes da má utilização. “ Em Copa do Mundo, o número de queimados aumenta assustadoramente por causa dos fogos de artifício. Colocar a culpa somente no álcool para limpeza não solucionará o problema, só vai mascará-lo”, argumenta o assistente técnico da entidade Ary Alcantara. (Supervisão de Adriana Gomes)