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Bairro Jardim quer lazer; Jd.Sto.André, estrutura
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
14/10/2007 | 07:04
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Apesar de morarem na mesma cidade, eles dividem realidades diferentes. De um lado, o conforto do bairro Jardim, um dos metros quadrados mais caros de Santo André. Do outro, o Jardim Santo André, onde mais há pobreza.

Tanto o empresário João Carolino Ramos quanto a dona de casa Patrícia Aparecida da Silva possuem filhos adolescentes. Enquanto os do empresário freqüentam escolas particulares, os da dona de casa estão na rede pública.

Quando necessitam de auxílio médico, os caminhos se repetem. Ele busca hospitais particulares. Ela vai ao posto de saúde do bairro ou, quando o caso é grave, o Pronto-Atendimento da Vila Luzita.

Essa diferença faz com que as necessidades de cada uma dessas famílias sejam distintas. João Carolino, um ex-maratonista, gostaria de ver mais espaços de cultura e lazer na cidade. Patricia, mais infra-estrutura no bairro.

Mais escolas, mais unidades de saúde, mais oportunidades. A família possui duas fontes de renda. Uma é a bolsa auxílio de R$ 45, paga pelo governo federal por suas filhas freqüentarem a escola. A outra, uma pensão de R$ 320 que ela recebe do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) desde que teve diagnosticado um câncer no estômago.

A doença foi descoberta quatro meses depois de sua filha de 8 anos ter morrido em conseqüência de uma metástase de câncer. Desde então, o marido, que trabalhava como açougueiro, não consegue se firmar em nenhum emprego.

“Ele tem sempre de me acompanhar nos exames e acaba sendo demitido por ser obrigado a faltar”, diz a dona de casa Patrícia.

A maioria dos remédios para o tratamento da doença não é distribuída gratuitamente na farmácia de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, referência no Grande ABC. Para comprá-los, a família de Patrícia fez uma dívida que hoje soma cerca de R$ 5 mil. Para sobreviver, depende da ajuda dos vizinhos.

TRABALHOO trabalho que falta para a família do Jardim Santo André sobra para a do bairro Jardim. A jornada diária de João Carolino é de 12 a 15 horas. “Aqui tem pessoas com uma cobrança e responsabilidade que as obrigam a trabalhar muito”, diz o empresário.



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