O líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), admitiu nesta quarta-feira que "é possível e até provável" que Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, tenha praticado atos ilícitos no período em que trabalhou no governo federal. Ele ressaltou, porém, que "até o momento não existe nada que possa comprometer o trabalho desenvolvido pelo ministro José Dirceu à frente da Casa Civil". Indicado ao cargo por indicação de Dirceu, Diniz foi exonerado na última sexta, após a divulgação de uma gravação, feita em 2002, na qual aparece pedindo propina a um bicheiro.

Mercadante ainda rebateu a declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Maurício Corrêa, de que Dirceu deveria se afastar temporariamente do cargo até que o caso seja totalmente apurado. Corrêa lembrou que em 1993, sob denúncia de que participava do esquema de desvios de verbas do Orçamento, o então chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves, afastou-se do cargo para exercer a sua defesa.

Segundo o líder do governo, o episódio de 1993 não pode ser comparado às denúncias que atingiram Waldomiro Diniz. Mercadante lembrou que Hargreaves, na época, foi apontado pela principal testemunha da CPI dos Anões do Orçamento, José Carlos Alves dos Santos, como participante do esquema de desvio de recursos. "No caso do envolvimento de Waldomiro Diniz com o jogo do bicho, não há nada que envolva o nome do ministro José Dirceu", argumentou.

Com Agência Brasil