Integrantes da alta cúpula tucana confirmam que existe a expectativa de que o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), indique candidato a sucessão ao pleito municipal do 2012 que integre as fileiras do PSDB, mas negam acordo oficializado, apesar das correntes levarem ao compromisso da escolha do nome.

De acordo com resolução interna do PSDB, todas as cidades com mais de 100 mil habitantes devem lançar postulante próprio e, segundo o presidente estadual do PSDB, Antônio Carlos Mendes Thame, São Caetano não ficará como exceção. "É óbvio que há a aproximação. Um sinal foi a indicação para a presidência do diretório de alguém (Silvio Minciotti) que faz parte do governo (reitor da USCS). Mas, não dá para dimensionar compromissos, pois não dá para avaliar cabeça de cada um."

O PSDB, que se manteve contrário nas duas oportunidades em que Auricchio pleiteou o comando do Paço (2004 e 2008), atualmente se mostra bem alinhado à administração municipal. O prefeito, inclusive, fez a coordenação regional das campanhas tucanas de José Serra, à Presidência da República, e Geraldo Alckmin, ao governo do Estado, em 2010.

Após o término das eleições municipais de 2008, Auricchio compareceu a encontro com Mendes Thame, e o agora dirigente do diretório municipal da sigla, Silvio Minciotti, em que foram definidos futuros próximos entre o chefe do Executivo e o tucanato. "Tivemos diversas reuniões. A questão da indicação (ser do PSDB) foi comentada, só não me lembro se foi colocado em cláusula. Houve tratativa neste sentido. Conforme orientação nacional lançaremos candidato", disse Thame.

A manobra poderia acontecer até no sentido de filiar algum político de confiança de Auricchio para a disputa. Três nomes aparecem com força para servir a estratégia: o chefe de Gabinete, Luiz Antônio Cicaroni (PP), o ex-presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano) Ivan Cavassani e o vereador Paulo Pinheiro, atualmente no PTB.

O secretário do PSDB paulista, César Gontijo, também ratifica a perspectiva de que o partido possa ser fortalecido com a nomeação de candidato com o aval do prefeito. "Existe a expectativa conjuntamente com o Auricchio em fazer que o candidato seja do PSDB. Não queremos estressar o ambiente político. Tentaremos encaminhar, porém isso não é algo imperativo. O único acordo é que estaremos juntos." Gontijo confia na recente boa relação para a candidatura em comum, sendo "de preferência do PSDB".

Minciotti reafirma que não há questão de obrigatoriedade na indicação. "Quero esclarecer que não existe acordo e sim aproximação política, sem vinculação a apoio." 

REVENDO CONCEITOS

O secretário estadual do PSDB alega que o prefeito apoiou o PSDB mais do que o contrário, por isso "não haverá faca no pescoço". "Na campanha passada não apoiamos o Auricchio. A coordenação da campanha no ano passado o deixou em evidência, mas o resultado foi mais perceptível a nós. Em São Caetano tivemos o melhor resultado da Grande São Paulo em 2010. Ele não possui dívida com o partido. Não temos crédito para exigir alguma coisa."