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BNDES libera recursos para moradia em Sto.André
Por Andrea CatãoDo Diário do Grande ABC
18/11/2005 | 08:26
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As cerca de 2.450 famílias que vivem nas favelas do Espírito Santo e Jardim Cristiane, em Santo André, serão as principais beneficiadas de um financiamento que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) acaba de liberar para a Prefeitura de Santo André. Os núcleos passarão por processo de urbanização, cuja finalização está prevista para 2009. As obras começam no segundo semestre do ano que vem. O BNDES vai aplicar R$ 42,3 milhões no pacote de obras e a administração municipal investe R$ 31,1 milhões como contrapartida. Os trabalhos incluem ainda a canalização do córrego Taioca, a construção de uma avenida marginal, de um coletor-tronco de esgoto e um piscinão.

No Jardim Cristiane, onde vivem 900 famílias, a menor parte será removida da área para que seja possível canalizar o córrego Taioca e construir a avenida marginal. Cerca de 350 casas terão de ser removidas a uma das cinco áreas previstas para que as unidades habitacionais sejam construídas. O processo de urbanização será semelhante ao ocorrido na favela Sacadura Cabral, que, em razão do alto adensamento, nem todo o terreno pôde ser dividido em lotes e ocupados pelos moradores. Parte deles foi para os prédios construídos na avenida Prestes Maia.

A secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Santo André, Rosana Denaldi, explica que a remoção é necessária para a abertura de ruas, bem como garantir uma faixa para construção da avenida, que vai ligar a Pereira Barreto até a avenida Brasília, que dá acesso à rua Carijós. "A canalização, a construção do coletor-tronco de esgoto e o piscinão vão evitar enchentes não só no Jardim Cristiane, porque vai evitar o aumento do volume das águas do ribeirão dos Meninos." O córrego Taioca deságua no Meninos.

As famílias a serem removidas vão para os apartamentos. Ao todo, serão disponibilizadas cerca de 1,2 mil unidades a serem distribuídas também para as famílias da favela do Espírito Santo, no bairro Cidade São Jorge.

O processo de urbanização do Espírito Santo será feito em duas etapas. Cerca de 750 famílias vivem numa área considerada de alto risco, por ter servido, no passado, como lixão. A constante formação de gás metano no subsolo é o principal fator de risco, por causar combustão espontânea ou explosões. Todas as famílias desse trecho serão removidas para os prédios. "Dentro do pacote de financiamento do BNDES também está previsto o pagamento de um estudo para remediar a contaminação e a futura destinação da área, que poderá ser transformada em parque", diz Rosana Denaldi.

Ela explica que outras 800 famílias da mesma favela, que não residem na área de alto risco, também serão beneficiadas, desta vez pela urbanização. Na favela do Espírito Santo, o financiamento também servirá para a construção de centros comunitários e de negócios, além de creche.

As famílias das duas favelas que vão permanecer na área urbanizada vão pagar em até 25 anos o valor correspondente à taxa de urbanização, enquanto que aquelas que forem para os apartamentos vão pagar, pelo mesmo período, a prestação pelas unidades. O valor recolhido será revertido ao Fundo Municipal de Habitação, para a realização de outras obras em áreas de ocupação.

A secretária afirmou ainda que o financiamento foi aprovado, mas que o contrato ainda não foi assinado, o que deve ocorrer até o fim deste ano. "No primeiro semestre de 2006, vamos abrir a licitação. O projeto executivo já está pronto." A previsão é de que as obras tenham início no segundo semestre.




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