Política Titulo Santo André
Desligamento de diretor expõe racha no Semasa

Por Fábio Martins
04/06/2017 | 07:03
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Claudinei Plaza/DGABC


Desligamento de diretor do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), sem recomposição posterior do cargo, foi estopim para racha interno entre o superintendente da autarquia, Ajan Marques (SD), e o secretário de Meio Ambiente, Donizeti Pereira (PV). Eles não falam a mesma língua desde a mudança, dia 4, na chefia da área de gestão ambiental, então comandada por Alair Magni, aliado do verde. O setor ficou vago por quase um mês. 

A vaga foi preenchida na sexta-feira de forma interina, com a nomeação de Ricardo Kondratovich, superintendente adjunto, que vai acumular as funções provisoriamente. 

A indicação na diretoria, segundo informações de bastidores, estaria atrelada a Donizeti. A queda de braço se arrasta antes mesmo da formalização do modelo que seria adotado no Semasa pelo prefeito Paulo Serra (PSDB) na reforma administrativa. O tucano efetivou acordo ao ligar a autarquia à Pasta de Meio Ambiente, criada na reestruturação do governo. Apesar da alteração, Ajan – próximo ao ex-prefeiturável Ailton Lima (SD), titular de Desenvolvimento Econômico – tem autonomia para assinar contratos, por exemplo. 

Existem relatos de desautorização de ordens a funcionários de ambas as partes, instalando-se clima de guerra fria. A indisposição chegou ao ponto de não haver troca de diálogo pessoal, ainda que Donizeti execute o trabalho no sétimo andar do prédio, enquanto Ajan atua no sexto andar. Já não se bicavam no meio político, embora tenham sido correligionários (no próprio PV). O verde exerceu quatro mandatos na Câmara. Já o quadro do SD ocupou o comando do Semasa entre 1993 e 1996, no governo de Newton Brandão (morto em 2010), além de candidaturas a vice de Duílio Pisaneschi, em 1996, e de deputado federal em 2006. 

A Prefeitura e o Semasa sustentam que, devido à nova lei que alterou os quadros de servidores em comissão da autarquia, postos foram extintos e recriados com nova nomenclatura. “Em consequência, os funcionários comissionados que estavam nomeados pela legislação anterior tiveram suas portarias revogadas. Alguns, em seguida, foram reconduzidos aos novos cargos criados.” Alair é funcionário de carreira e, de acordo com o Paço, não foi exonerado, mas teve portaria revogada da mesma forma que os demais. “Sua nova função deve ser definida pela Secretaria do Meio Ambiente.”

Visando colocar panos quentes no caso, Donizeti alegou que de sua parte “não existe conflito algum”. “Estou com o prefeito nesse projeto de governar a cidade desde 2012, quando cheguei a convidá-lo para se filiar ao PV. Posteriormente, quando ele decidiu deixar o governo Carlos Grana (PT) para se candidatar, já em julho de 2015, juntamente com o PV, apesar de diversas forças contrárias, decidimos apoiá-lo (na candidatura à Prefeitura). Sou fiel colaborador do prefeito e assim continuarei até o dia que ele desejar”, disse, por nota.

Questionado, Ajan não se posicionou sobre o assunto. 




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