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Carne sobe 45% e puxa
alta da inflação na região
Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
08/01/2011 | 07:32
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O empresário Jeferson Duarte, mesmo sob chuva, comia ontem um espetinho na porta de um açougue em São Caetano. "É muito bom, mas os preços da carne para levar para casa estão altos", afirmou. Sua reclamação é confirmada pelo encarecimento médio de 45% das carnes bovinas e suínas na região em 2010. Neste cenário, estabelecimentos usam o jeitinho brasileiro para atrair os clientes com o churrasco na porta.

O aumento dos preços das carnes é quase sete vezes maior do que a inflação do ano passado no Grande ABC, que acumulou alta de 6,3%, atingindo maior patamar desde 2004.

E os alimentos em geral contribuíram muito com esse resultado. Só em dezembro, o grupo teve alta média de 1,44%. No mês anterior, a expansão foi de 1,88%.

Quem ganha menos sofre mais, destacou o assistente de coordenação do IPC-USCS/ABC (Índice de Preços ao Consumidor da Região da Universidade Municipal de São Caetano), Lúcio Flávio Dantas.

 "Os alimentos atingem principalmente as famílias de menor renda, que gastam grande parte do orçamento com comida. E no caso das carnes, não tiveram muito para onde fugir. Os cortes bovinos subiram e o suíno e de frango acompanharam a alta", explicou o especialista.

 SAÍDA

Alguns açougues colocaram churrasqueiras na porta para, no mínimo, atrair a atenção dos clientes. "As vendas continuaram. Agora os preços nos frigoríficos começaram a abaixar. Mas o churrasco, além de aproximar o cliente, ajuda a pagar luz, água e telefone", disse Valdir Sterci, que é dono de açougue no bairro Jardim, em Santo André.

Ronaldo Alexandre também colocou uma churrasqueira na entrada do seu açougue em São Caetano. "O cliente experimenta, gosta, entra no açougue e leva", disse. Ele chegou a vender uma tonelada de espetinho em um dia, volume normal para uma semana. Para ajudar, o churrasqueiro e golfista amador Isaias Ramos dá seu show à parte divertindo e conversando com todos os clientes.

Dantas, da USCS, e o economista do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) concordam em um ponto. Dificilmente o consumidor encontrará peças de picanhas por menos de R$ 40 até meados do segundo semestre.




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