O prefeito interino de Mauá, Diniz Lopes (PL), escolheu seu ex-assessor na Câmara, Ivan Ribeiro, para assumir a Secretaria de Assistência Social e Cidadania. O antigo titular da pasta, Cláudio Donizeti Lourenço (PSDC), pediu exoneração há menos de um mês. Ribeiro, hoje diretor de Manutenção da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), esteve nesta quarta-feira no Paço Municipal, recebeu o convite e ficou de dar a resposta nesta quinta-feira. Conforme o Diário apurou, Ribeiro vai aceitar o cargo. "Se ele aceitar, vou conversar com o Chiquinho do Zaíra (Francisco Carneiro, superintendente da Sama) e acertar a vinda dele", afirma Diniz. O prefeito interino nega que a indicação seja política.

A saída de Donizeti da pasta, que segundo o próprio ex-secretário foi provocada por divergências políticas com a administração atual, desencadeou a nona reforma administrativa no governo Diniz Lopes. Desde 21 de junho, a pasta da Assistência Social era ocupada interinamente por Kelly Raimundi, chefe de Divisão da Secretaria de Administração de Mauá.

Este ano, Mauá já trocou de secretário dez vezes. Em seis meses de administração, Diniz já mexeu nas pastas de Governo, Finanças, Comunicação (quatro vezes), Saúde, Habitação e Administração. Os nomeados eram indicações de Leonel Damo (PV), que tenta obter na Justiça a posse do cargo de prefeito contra Márcio Chaves (PT). Por conta da indefinição judicial, o prefeito interino já trabalha com a possibilidade de um mandato maior do que o imaginado e tem acompanhado as ações das secretarias.

Exonerações – A Prefeitura promoveu nesta quarta-feira uma reestruturação no quadro de servidores da administração. O objetivo alegado, por meio de nota da Coordenadoria de Comunicação Social, é a contenção de despesas. O número de funcionários demitidos não foi fornecido.

Entre os demitidos está o irmão do ex-secretário de Assistência Social, Cláudio Donizeti Lourenço, Márcio Lourenço. Ele trabalhava na divisão administrativa da secretaria. "Além dele, teve candidatos a vereador da eleição passada pelo PSDC que foram exonerados", acrescenta Donizeti, que também preside o PSDC de Mauá.

Segundo Donizeti, os exonerados foram indicações do partido. O ex-secretário ressalta que outras pessoas também foram demitidas, mas não sabe dizer se elas integram outras legendas. Donizeti diz que "não houve alegação nenhuma para as demissões". "O Diniz não consultou nada."

Por meio de nota, o prefeito interino diz: "Quando eu dispenso, não olho para o partido nem por quem a pessoa foi indicada". Procurado pelo Diário, Diniz acrescentou, por telefone, que quem indicou as exonerações foram os próprios secretários. "Não fui eu, eles têm o livre arbítrio de exonerar", garante.

Por conta das exonerações e do que chama de "descontentamento com algumas ações do governo", o presidente do PSDC de Mauá diz que convocará reunião extraordinária do partido nos próximos dias para decidir se a legenda continuará na base de sustentação de Diniz Lopes. Por ora, garante Donizeti, o PSDC segue como um aliado do governo.