Localizado ao lado da igreja, o cemitério de 250 metros quadrados surpreende pela mistura de cruzes das sepulturas com melancias, moranguinhos, cebolas, batatas e mandiocas. O pastor colhe os legumes, verduras e frutas para consumo de sua família: ele, a mulher e uma filha. Mas também doa os produtos a pessoas carentes da comunidade, que tem cerca de três mil habitantes e fica a 330 quilômetros da capital gaúcha.
Além da grande variedade de verduras cultivada no cemitério, há também uma alentada plantaçao de morangas ao lado de cinco túmulos. A inusitada atividade agrícola do pastor inclui ainda um pomar na entrada do cemitério, com pés de laranja, figo, caqui e pêra. O pastor resolveu usar as áreas que ainda nao foram utilizadas para os sepultamentos para o plantio, ampliando a horta doméstica existente ao lado de sua casa.
'Os frutos sao a melhor maneira de homenagear os mortos e nao desperdiçar a terra', justificou o pastor Honório a um repórter. O religioso admitiu que a visao do cemitério pode criar certa rejeiçao aos alimentos, mas que até agora ``ninguém recusou as frutas e verduras', plantadas e colhidas - em muitos casos - a menos de meio metro de distância das sepulturas.
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