O presidente cubano, Fidel Castro, apóia a quebra de patente dos remédios contra a Aids distribuídos pelo governo brasileiro e saúda a venda das duas refinarias da Petrobras ao Estado boliviano.

Fidel voltou a rejeitar, contudo, a produção brasileira de etanol, revela um artigo que será publicado nesta terça-feira em Cuba.

"Apoiamos totalmente o decreto de 'nacionalização' da patente de uma multinacional farmacêutica para a produção e comercialização no Brasil de um medicamento contra a Aids", diz Castro em seu novo artigo na imprensa cubana.

Castro, 80 anos, que se recupera de uma grave cirurgia intestinal, também "saúda a recente solução mutuamente satisfatória da disputa (do Brasil) com a Bolívia sobre duas refinarias de petróleo".

"Reafirmo que sentimos profundo respeito pelo povo irmão do Brasil", diz Castro.

No mesmo artigo, Castro volta a atacar a produção de biocombustíveis, dizendo ser "necessário desmistificar a propaganda sobre os supostos benefícios dos agrocombustíveis".

"No caso do etanol, o cultivo e processamento da cana-de-açúcar contamina os solos e as fontes de água potável, porque utiliza uma grande quantidade de produtos químicos".

Castro cita "o que aprendemos no 4º Encontro Hemisférico de Havana" com o documentário da brasileira Maria Luísa Mendonça, exibido há dez dias.

O líder cubano diz que o documentário o conduziu "aos primeiros anos" de sua vida, quando cresceu em uma fazenda produtora de cana-de-açúcar em Birán, propriedade de seu pai, um imigrante galego.

Castro lembra que "aquelas terras foram todas entregues ao povo pela Revolução", que sob seu comando triunfou em 1959 e decretou a reforma agrária que acabou com o latifúndio.