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Village People garante a festa em São Paulo
Por Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
14/10/2004 | 09:44
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As noites de sexta e sábado (dia 16) são de embalo com os cinqüentões do Village People. O índio, o cowboy, o operário, o motociclista, o soldado e o policial voltam ao Brasil para fazer a festa rolar no Tom Brasil Nações Unidas, em São Paulo, dançando suas ensaiadas coreografias e revivendo a disco music cantando - sem banda de apoio, mas com CD e DAT - todos os seus hits de 1977 a 1979. Os shows fecham a turnê brasileira do grupo que tem como missão levar alegria, palavra cuja versão em inglês é gay.

Hits de discoteque estão garantidos. Macho Man, YMCA, Go West, In The Navy e San Francisco são seus cartões de visitas oficiais há 27 anos, bem como as fantasias com estereótipos do macho man norte-americano. O Village People começou em 1977, quando o produtor francês Jacques Morali, já morto, selecionou rapazes para se vestir de ícones masculinos do mundo gay enquanto cantavam e dançavam. De lá para cá, foram três alterações. Em 2001, Eric Anzalone entrou no lugar de Glenn Hughes, um dos fundadores do grupo, morto de câncer no pulmão. Antes de ser o motociclista, Anzalone se vestia de tartaruga ninja Rafael em festas e especiais de TV. Nos anos 1980, Jeff Olson, o cowboy, substituiu Randy Jones, e Ray Simpson entrou no lugar do policial Victor Willis. Os demais, Felipe Rose (índio), David Hodo (operário) e Alex Briley (soldado) estão desde o início.

"Nossa música não é religiosa e não é política. É diversão para o público dançar", diz Anzalone, o motociclista. "São músicas divertidas, simples de entender e que as pessoas adoram. Nossa missão é levar alegria", afirma Olsen, o cowboy. "Somo afortunados de fazer o público vibrar, as pessoas dançarem juntas, se sentirem bem", diz Simpson, o policial. E os trajes são para atrair gays? "Gostamos que os gays se identifiquem com nosso show e trajes", afirma Hodo, o operário. Mas são uma gay band? "Somos uma party band (banda de festa)", diz Olsen.

A longevidade e o estilo peculiar, que não deixa de ser engraçado, levaram o grupo a talk shows e apresentações em programas de emissoras musicais, participações em seriados de TV, músicas em filmes (Quanto Mais Idiota Melhor e Priscilla - A Rainha do Deserto) e uma cinebiografia, Can't Stop the Music (1980), fracasso de público, crítica e estética. Em 1994 gravaram um single para a seleção alemã de futebol e, em 1998, o documentário Go North Down Under entre aborígenes australianos.

Diante de 65 milhões de discos vendidos, mudanças, de roupa ou de ritmo, não estão nos planos do grupo. Quando o fizeram, como no álbum Renaissance (1981), sem os trajes, se deram mal. "O público não estava preparado para nos ver de maneira diferente", diz Olsen. "O som do Village People é o som do Village People. Não podemos mudar", afirma Hodo.

No Brasil, já se apresentaram em Brasília, Belém, Rio e Porto Alegre. De São Paulo, voltam para os Estados Unidos para seguir em turnê pelo país com a cantora Cher, outra diva do público gay.




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