O ex-jogador Vampeta, presidente do Audax, confirmou que seus jogadores devem trocar de time após os dois jogos contra o Santos na decisão do Estadual, nos dois próximos domingos. "A boa campanha fez com quem muitos jogadores já tenham sido procurados por outras equipes", afirmou.
A diretoria do Audax tenta "blindar" os atletas do assédio, mas é uma tarefa muito difícil. Principalmente porque a maioria dos titulares tem contrato curto, que terminam logo após o fim do Paulistão.
Alguns jogadores, como o goleiro Sidão e o atacante Mike, tinham contratos até este sábado e os acordos tiveram de ser prorrogado por um mês apenas para que pudessem atuar nos dois jogos da final. Ou seja: o desmanche do Audax já ocorreria mesmo se a campanha não tivesse sido acima do esperado. Isso acontece porque o calendário é ingrato para os clubes pequenos. O Audax, por exemplo, só estreia na Série D do Campeonato Brasileiro em junho. Ate lá o time será remontado.
Mas quem atuou na campanha do Paulistão só tem o que comemorar. "Tudo no Campeonato Paulista foi acontecendo aos poucos e sempre foram coisas boas para mim e para o time. Se a gente não chegasse longe, nosso time não seria lembrado", disse o meia Camacho, na mira do Corinthians.
Camacho não é único atleta que interessa ao clube do Parque São Jorge. Bruno Paulo também entrou na mira do time alvinegro, cujos dirigentes têm boa relação com o presidente Vampeta, ex-jogador e ídolo da equipe.
O caso de Bruno Paulo só reforça o quanto a campanha do Audax pode influenciar no seu futuro. Revelado pelo Flamengo, o atacante de 26 anos já tinha assinado um pré-contrato com o Joinville, que disputa a Série B do Brasileiro. Porém, o jogador pode assinar com outro clube caso receba uma proposta mais vantajosa.
Para o meia Juninho, a campanha do Audax poderá fazer com que ele seja aproveitado pelo Palmeiras, onde foi revelado nas categorias de base e com quem tem contrato. Ele havia sido emprestado, mas seu desempenho no Paulistão já chamou a atenção do técnico Cuca.
O "assédio" de clubes tradicionais fez com que a diretoria levasse o time para uma semana de preparação em Sorocaba (SP), em regime de concentração para o primeiro jogo da final. "É até bom para a gente se concentrar e evitar o ?oba-oba? da torcida e da agitação. Temos que nos preparar para a decisão", disse o meia Velicka. Na mesma cidade a equipe também se refugiou antes de enfrentar o São Paulo e o Corinthians.
Até mesmo o treinador Fernando Diniz, cujo contrato termina após o Paulistão, deve trocar de clube. No ano passado ele deixou o time ao fim do Estadual para dirigir o Paraná na Série B do Brasileiro.
ABISMO FINANCEIRO - Para os clubes grandes, é muito mais fácil contratar jogadores do Audax ou de outros times pequenos porque o poder de investimento é maior. Por exemplo: nenhum jogador do clube de Osasco (SP) recebe mais de R$ 20 mil por mês - a maioria ganha menos da metade e só chega ao teto salarial se cumprir metas de produtividade. A folha de pagamento é de R$ 350 mil.
O Corinthians gasta por mês 20 vezes mais que o Audax com o elenco. A folha salarial do time alvinegro é de R$ 7 milhões e um bom número de atletas recebe entre R$ 300 mil e R$ 500 mil.
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