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Santo André ataca de francoatirador
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
07/04/2016 | 07:00
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Desde que chegou ao Santo André, em 10 de março, o técnico Toninho Cecílio nunca tinha demonstrado semblante tão preocupado como nesta semana que antecede a decisão contra o São Caetano. Não que esteja jogando a toalha antes da hora, não é isso. Mas se enumerar as vantagens que o Azulão tem para os dois jogos é para deixar qualquer andreense receoso.

Curioso é que Toninho está acostumado com jogos difíceis, afinal, das sete partidas que comandou o clube, seis foram contra times que brigavam pelo G-8, e ele conseguiu desempenho satisfatório: três vitórias, dois empates e duas derrotas.

O grande problema é que ele terá pela frente o time que considera o melhor da Série A-2. Além disso, o Azulão joga junto há dois anos, está descansado, só com dois pendurados e confiante, não é à toa que terminou na liderança da primeira fase. Do outro lado tem um Santo André instável, destruído fisicamente pela maratona de jogos, com dez atletas pendurados com dois amarelos e ainda tendo de conviver com atraso nos salários. Diante disso, nem precisaria jogar, certo? Aí que entra o grande trunfo do Ramalhão, que costuma crescer nestes momentos.

Não faltam lembranças na memória dos torcedores de quantas vezes o time se agigantou em situações complicadas. A mais famosa foi na final da Copa do Brasil de 2004, quando precisava vencer o Flamengo, em pleno Maracanã, com mais de 70 mil torcedores adversários e conseguiu. Recentemente, reverteu vantagem do Botafogo na final da Copa Paulista de 2014 e levou o título em Ribeirão Preto. Nesta Série A-2, conseguiu resultados improváveis, como vencer o Velo em pleno Benitão, em Rio Claro.

No meu ponto de vista, a grande chance do Santo André é não perder o primeiro duelo. Apesar de a partida ser no Bruno Daniel, o empate jogaria a pressão nos ombros do São Caetano para o segundo confronto, no Anacleto Campanella. Favorito, o Azulão teria a responsabilidade de se garantir em casa, lembrando que outra igualdade mandaria a decisão para os pênaltis. Explorar os erros e espaços deixados pelos adversários é uma forma de atuar que o Ramalhão tem conseguido bons resultados. A dificuldade é justamente quando tem de propor o jogo.

Outro diferencial do Ramalhão pode ser o meia Branquinho. O camisa 10 foi um dos jogadores do elenco que mais acusaram a sequência de jogos e isso interferiu significativamente em seu desempenho. Se nos dez primeiros confrontos ele fez oito gols, passou em branco nas últimas nove rodadas. O goleiro Zé Carlos também pode decidir a classificação, não só em possível disputa por pênaltis, mas com boas defesas, que permitiram a ele não ser vazado nos últimos três jogos. O último gol que sofreu, curiosamente, foi na derrota por 2 a 1 para o próprio São Caetano.

As cartas estão na mesa para quem quiser apostar. Por mais favoritos que sejam os são-caetanenses, é impensável jogar todas as fichas nesta escolha.




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