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Executivo de SP tem maior piso do mundo
Por Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
29/01/2011 | 07:03
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Fernando Dantas/DGABC


Para receber altos salários os brasileiros não precisam mais ir para os grandes centros financeiros mundiais dirigir multinacionais. Os executivos de alta gestão em São Paulo têm remuneração mais alta do que seus pares em Nova York, Londres, Cingapura e Hong Kong. A comparação não considera os impostos da folha de pagamento e custo para contratação.

Sondagem realizada pela consultoria Dasein Executive Research com 80 gestores dessas cidades revela que o salário nominal de um presidente de empresa na Capital paulista (US$ 620 mil) é superior ao dos nova-iorquinos (US$ 574 mil) e londrinos (US$ 550 mil). Esse número torna os executivos que atuam nesse posto como os mais bem pagos do mundo.

A explicação é que a falta de profissionais qualificados para comandar empresas está inflando os salários, principalmente nas áreas de construção civil e energia.

Segundo o gerente de negócios da consultoria, David Braga, muitos profissionais que atuavam no setor da construção no Exterior estão sendo repatriados com salários até mais altos no País.

"As áreas que oferecem as melhores remunerações para diretores e presidentes são a financeira, construção civil, logística, recursos humanos e turismo, respectivamente. A Copa do Mundo e a Olimpíada representam ótimas oportunidades para os profissionais no Brasil", destaca.

DIRETOR

Os diretores de companhias brasileiros e estrangeiros baseados em São Paulo também recebem salários mais gordos. Na metrópole paulistana a remuneração anual ficou em US$ 243 mil no ano passado. Os que trabalham em Nova York receberam US$ 30 mil a menos.

Profissionais que atuam em território asiático também ganham bons salários. Na posição de diretor a renda média na Cingapura foi de US$ 164 mil e em Hong Kong ficou em US$ 97 mil.

Braga analisa que este movimento não tem volta, ou seja, os vencimentos dos altos executivos que atuam em São Paulo só tende a aumentar. "A valorização do real frente ao dólar e a melhora do poder aquisitivo no País reforçam esta tendência."

BONIFICAÇÕES

Os prêmios por atingimento de metas pagos aos diretores e presidentes de empresas também são mais apetitosos no Brasil do que nas empresas instaladas ao redor do mundo.

De acordo com o gerente de negócios da Dasein, que fez a pesquisa em parceria com a Aesc (associação de recrutadores de executivos, na sigla em inglês), relata que empresas do setor financeiro pagam até 23 salários de bônus aos altos gestores.

Para Braga, a flexibilidade dos profissionais brasileiros é bastante valorizada pelas multinacionais, tendo como base mudanças ocasionadas por diversas crises, trocas de moedas e altos índices de inflação.

Setor da construção busca engenheiro no Exterior

A deficiência na formação de profissionais de engenharia no País está criando uma onda de repatriação de profissionais brasileiros que estão nos Estados Unidos, Europa, Ásia e África. A consultoria Dasein Executive Search recebe a consulta de pelo menos dez profissionais por dia interessados em voltar.

O gestor de negócios da empresa, David Braga, pontua que apenas 35 mil engenheiros novos no mercado por ano não suprirá a demanda para as obras de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada.

Para se ter ideia, na Índia forma-se 250 mil profissionais dessa área por ano, enquanto na China, são colocados um contingente de 400 mil. Braga diz que um engenheiro de nível ténico recebe em média R$ 18 mil, sendo que há quatro anos o valor era de R$ 5.000 menais.

"Os engenheiros brasileiros no Exterior estão interessados em voltar. E com boas colocações no mercado. Já os estrangeiros miram as oportunidades, tanto que 30% dos cursos de língua na Europa são destinados ao ensino do Português."

SEDE

O bom econômico vivido pelo Brasil atrai mais investimento estrangeiro. A consultoria identificou que empresas da Europa e Estados Unidos estão transferindo as sedes das operações latino-americanas para São Paulo, deixando de lado Miami, Buenos Aires e Cidade do México. "Um cliente em Londres da área de mineração vai transferir a sede para o Brasil em um ano", afirma. AM




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