Em meio à polêmica que cerca o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o pito que ele levou do rei da Espanha, Juan Carlos, no último sábado, na reunião da Cúpula Ibero-americana, em Santiago, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara deverá votar hoje o projeto de entrada do país vizinho ao Mercosul (Mercado Comum do Sul).

Com críticas a Chávez, o relator da proposta, Paulo Maluf (PP-SP), entende que a CCJ terá de decidir se há democracia ou não na Venezuela, uma exigência expressa no tratado do Mercosul para o ingresso de países membros. “Sob o aspecto jurídico do tratado, o que nós temos de avaliar é se uma reeleição continuada é uma democracia ou se é uma ditadura. A polêmica não é política, é jurídica também”, afirmou Maluf. A comissão analisa se a proposição cumpre as normas constitucionais e jurídicas. “Sob o aspecto constitucional, não há nenhuma objeção”, adiantou.

As recentes declarações do presidente venezuelano contra o rei Juan Carlos e o ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar no encerramento da cúpula Ibero-Americana foram acrescentadas a uma longa lista de críticas a Chávez.

Maluf classificou o discurso de “mal-educado”, o presidente venezuelano de “cafajeste, parlapatão e marqueteiro do mal”, e disse que ele é questão de psiquiatria.