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Sem água na torneira, o jeito é recorrer à chuva
Por Camila Brunelli
Fábio Munhoz
21/01/2011 | 07:11
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A chuva que causou transtornos em Mauá tem ajudado moradores a manter suas casas minimamente limpas. Em alguns bairros, sobretudo os mais altos da cidade, as pessoas estão sem água há pelo menos três dias. A alternativa encontrada é recolher água das frequentes chuvas para jogar nos vasos sanitários e lavar o piso de suas casas. Para beber, o jeito foi comprar galões de água mineral.

"A gente recolhia água da chuva para molhar as plantas, mas agora estou deixando no banheiro para usarmos como espécie de descarga", explicou Maria de Jesus Lima Vitor, 67 anos, moradora do Parque das Américas. "Minhas duas caixas de água já estão vazias. Temos apenas duas bacias de água para usar até a água voltar."

Na Vila Santa Rosa, a água chegou a aparecer nas torneiras, mas logo sumiu. A aposentada Maria Gomes de Lima, 52, usou o restinho que havia na caixa d'água para lavar o quintal. Antes da rápida aparição, também estava recolhendo água da chuva.

Por volta das 16h, o abastecimento começava a ser normalizado no Jardim Itapark. A aposentada Nair Cardoso da Silva, 79 anos, contou que chegava a pegar água da chuva para tomar banho. "A gente fervia e tomava banho. Ninguém sabia quando a água iria voltar", comentou.

Já no início da noite, também faltava água no Jardim Zaíra, principalmente nas áreas altas. A dona de casa Maria Bernardete Diamantino, 58, conta que já estava havia dois dias sem abastecimento. "Ficamos sem banho, todo mundo fedorento. Tivemos de tomar na casa da vizinha, que mora em uma parte mais baixa."

A filha dela, a empregada doméstica Magali Diamantino, 29, ressalta que faltou água até para beber. "É complicado, ainda mais com tanta criança em casa", diz.

O funileiro Marcos Maomé de Souza, 55, mostra revolta diante da escassez. "Na hora de cobrar eles vêm aqui, mas na hora que a gente reclama, não aparece ninguém", protesta. Ele diz estar sem água há quatro dias, antes mesmo do forte temporal de terça-feira.

RESPOSTA
Segundo o Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), caminhões-pipa estão trabalhando para atender, exclusivamente, hospitais e UBSs até a normalização do fornecimento. O órgão informou que "a situação já foi resolvida, agora é questão de tempo para a normalização e carregamento dos sistemas de abastecimento." A previsão é de que hoje, até o fim do dia, a cidade deva estar com fornecimento normalizado. A recomendação ainda é para que os moradores racionem o uso da água das caixas.




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