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Cúpula do G8 deve ter confronto entre EUA e UE sobre o clima
Da AFP
30/06/2005 | 10:33
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Tony Blair dificilmente conseguirá evitar na reunião de cúpula do G8 um confronto entre os Estados Unidos e a UE (União Européia) a respeito das mudanças climáticas, um dos temas prioritários do primeiro-ministro britânico na reunião de 6 a 8 de julho.

Na segunda-feira, em Londres, Blair manifestou publicamente seu pessimismo, prevendo que será "muito difícil" a obtenção de um acordo sobre a declaração e o plano de ação dedicados ao clima no encontro de Gleneagles (Escócia).

Blair pretende propor ao G8 ajudar as nações em desenvolvimento a equipar-se com centrais elétricas menos prolíficas em gás carbônico e com outras tecnologias "limpas".

Cinco grandes países emergentes foram convidados a Gleneagles: Brasil, China, Índia, África do Sul e México. Estas nações participarão, a partir de 7 de julho, no primeiro dia formal dos trabalhos que analisarão a mudança climática.

Os Estados Unidos não questionam o aquecimento do planeta. Porém, ao contrário dos europeus, consideram que não é urgente atuar e que os "grandes avanço tecnológicos" esperados para 2040 (pilha de combustível, hidrogênio, quarta geração nuclear, armazenamento subterrâneo de CO2) solucionarão o problema.

Ao contrário dos interlocutores do G8 e dos cinco convidados emergentes, Washington se recusou a ratificar o protocolo de Kyoto, sobre a redução da emissão de gás carbônico e de outros gases responsáveis pelo efeito estufa. Também rejeita qualquer participação nas conversações do "Pós 2012", que devem acontecer em dezembro em Montreal, para tornar mais drásticos os compromissos de Kyoto após a expiração do protocolo.

Em setembro de 2004, Blair declarou que faria do clima e da África suas prioridades na presidência do G8 em 2005 e fixou três objetivos: consenso científico, acordo sobre as tecnologias existentes e futuras que emitam pouco CO2, além de associação com os países emergentes.

Trata-se de acelerar a transferência de tecnologias energéticas eficazes para os países emergentes para que estes se comprometam a controlar a emissão depois de 2012, o que rejeitam atualmente por temerem um bloqueio a seu desenvolvimento.

Este compromisso é uma condição indispensável para que os Estados Unidos participem em um acordo "Pós 2012". Washington rejeitou o protocolo de Kyoto sobretudo porque exonera China e Índia como países em desenvolvimento.

China e Índia são o segundo e quinto maiores emissores de CO2, respectivamente. Até 2030, a primeira pode superar os Estados Unidos, atualmente o maior poluidor do mundo.




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