Política Titulo Educação
Secretário alega que custo médio de kits é de R$ 101

Titular da Educação de Sto.André, Silvério prestou esclarecimentos na Câmara sobre contrato

Caio dos Reis
Especial para o Diário
27/02/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Convocado pelos vereadores de oposição, o secretário de Educação de Santo André, Gilmar Silvério (PT), compareceu ontem à sessão da Câmara para prestar esclarecimentos sobre o contrato com a empresa Uniks Comercial Eireli e sustentou que o custo médio dos kits escolares adquiridos pela Pasta foi de R$ 101. O valor calculado é do exercício de 2014, primeiro ano da parceria, quando alunos e professores da rede receberam os itens. No plenário, o petista apresentou 12 tipos de materiais, argumentando que é descabido estipular preço, tendo em vista as diferenças.

Na tentativa de descaracterizar as críticas do G-12, ala de parlamentares independentes, Silvério afirmou que contas simples de divisão – do preço total em comparação com a quantidade – não indicam a despesa ‘real’ dos itens. Segundo o secretário, os números ainda têm embutidos os serviços de logística. “São personalizados, de alta qualidade. Por isso, têm custo um pouco mais alto. Os tipos e a qualidade foram especificadas no processo de licitação. Então, a empresa ofereceu o melhor preço”, alegou, aos parlamentares.

No ano passado, o governo Carlos Grana (PT) repassou R$ 8 milhões referentes ao contrato – assinado em dezembro de 2013 – com a empresa, sediada em São Caetano, aberta há um ano e nove meses. O caso foi publicado pelo Diário. A Uniks receberá, ao todo, R$ 14,9 milhões do Paço para fornecer material escolar às unidades públicas de ensinos Infantil, Fundamental, Especial e de Jovens e Adultos.

No total, segundo Silvério, foram entregues 64,8 mil itens. Diferentemente de 2014, em 2015 apenas os estudantes receberam os kits ao gasto de R$ 6,85 milhões.
O clima na Casa, entretanto, não foi tão tenso quanto era a expectativa. Os governistas utilizaram boa parte do tempo para fazer questionamentos a Silvério, que ficou mais de duas horas no plenário.

Do lado oposicionista, Luiz Zacarias (PTB), encabeçador do requerimento de convocação, foi o que mais pressionou o secretário por respostas sobre os gastos. Apesar das explicações, o grupo independente coletou seis assinaturas para provocar eventual instauração de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) ligada à Educação.

Evilásio Santana, o Bahia (DEM), Roberto Rautenberg (PTB), Ronaldo de Castro (PRB), Toninho de Jesus (SD), Sargento Lobo (SD) e Ailton Lima (SD) aderiram ao documento. “A vinda do secretário esclareceu algumas questões, mas faltaram os números e o contrato com a Uniks. Então, ainda estamos empenhados em abrir CPI”, disse. Silvério evitou polemizar sobre o tema e citou que, se os vereadores julgarem necessário, retorna para prestar qualquer tipo de informação. “Essa polêmica foi boa para mostrarmos a qualidade dos materiais que as crianças estão recebendo.” 




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