Não precisa ser jogador de xadrez para curtir o livro Herói do Tabuleiro (FTD, 190 págs., R$ 30), do jornalista Ricardo Criez, professor da modalidade na Prefeitura de São Bernardo. Por meio da história do enxadrista brasileiro José Carlos, que se prepara para disputar o título mundial contra o russo Oleg Storvov, o autor fala sobre coisas muito sérias, como ética (agir corretamente) e política internacional, mas também faz o leitor se divertir com a trama. De quebra, ainda aprende um montão de coisas sobre o jogo.

A trama não é real, mas traz personagens de carne e osso desse universo. Vai agradar a garotada um pouquinho maior, como Melissa Vasconcelos, 10 anos, que coleciona mais de 20 títulos na modalidade. "Gosto de matemática e desafios, por isso adoro xadrez, que desenvolve o raciocínio e faz a gente pensar", diz a menina, que começou a brincar com o tabuleiro aos 2 anos. Com 7, iniciou as aulas com o campeão brasileiro Giovanni Vescovi e não parou mais. O sonho dela é conquitar o título máximo e ser GMI (Grande Mestre Internacional).

Melissa indica o livro para todas as idades. "Só no começo encontrei umas palavras um pouco difíceis, mas dá para entender." Mesmo que não jogasse xadrez, ela garante que iria ler o livro porque a história é bem legal.

Tem mais

- Hoje (9) é o Dia do Fico, porque foi nessa data, em 1822, que D. Pedro I disse a célebre frase "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico". E essa decisão foi muito importante para a independência do Brasil. A gente sabe muito pouco sobre isso e pode aproveitar as férias para ler O Príncipe Triste (DCL Cultural, 40 págs., R$ 25,90), que conta a história do menino que virou imperador aos 14 anos.

- Nem tudo que parece ser tão ruim realmente é! A gente descobre isso em A Flauta, o Menino e o Gigante (Global, 32 págs., R$ 29) por meio da história de Rodrigo, que morava numa vila habitada por um gigante assustador. De três em três anos, essa criatura escolhia um garoto para ser seu empregado. Quando chegou a hora do Rodrigo, ele encontrou uma forma de o gigante enxergar tudo com outros olhos.

- Cabelo é algo que parece ter vida própria em alguns momentos, teimando em não respeitar o que a gente quer fazer com ele. É isso mesmo que ocorre em Cabelo Doido (Rocco, 40 págs., R$ 28) escrito pelo roteirista de HQ Neil Gaiman, o mesmo autor de Caroline, que virou animação. No livro, Bonnie questiona o dono de uma cabeleira bem doidona que engole tudo o que aparece na frente. As ilustrações são incríveis.

- Primeiro a gente aprende a ler figuras para depois ler as palavras. Agora que já está alfabetizado, pode curtir a leitura de Tom e o Pássaro (Biruta, 32 págs., R$ 32) e escrever a sua própria história. O livro do suíço Patrick Lenz não tem texto, só usa figuras para falar sobre um menino que encontra um amigo diferente, que vive em outro mundo. Então dê asas à imaginação. Você pode criar mais de uma história.