Santo André começará na metade do próximo ano a filtrar a água acumulada no piscinão do Jardim Bom Pastor. O projeto é pioneiro no País e já é utilizado na Itália. Além de Santo André, ele está sendo adaptado em Recife e Belo Horizonte com o auxílio da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e dos italianos da Escola Internacional de Água.

A filtragem tem custos baixos, pois não exige processos químicos nem mecânicos. Ela utiliza pedras e plantas para absorver as bactérias da água, tratando 60% da chuva e esgoto clandestino que chegam ao piscinão.

A água não pode ser consumida, mas futuramente servirá para atividades como limpeza de ruas e prédios públicos. O objetivo é tratar o material que será depositado no Ribeirão dos Meninos e melhorar o visual dos piscinões.

Em março começam as construções de três filtros no Jardim Bom Pastor. “Escolhemos a região porque existiam muitas reclamações quanto a aparência desse piscinão”, explicou a gerente de drenagem do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Ângela Ferrini. A autarquia já tem o material utilizado pelos filtros, que precisam ser repostos de oito em oito anos.

O sistema é útil para as chuvas mais poluídas que caem depois de um período de seca ou para filtrar materiais que chegam a rede pluvial vindos de ligações clandestinas de esgoto. Mas perde o efeito nas épocas de muita chuva, já que suporta apenas os primeiros cinco milímetros.

“O sistema tem esse limite, mas os primeiros milímetros são sempre os mais poluídos, e continuarão a ser filtrados”, argumentou o engenheiro da Escola Politécnica , José Rodolfo Martins.