O São Caetano pode não ser considerado um grande clube do futebol brasileiro, mas sua projeção internacional conquistou o colombiano Kilian Virviescas, apresentado quinta-feira como novo reforço para a disputa do Campeonato Brasileiro. Com passagens pela seleção principal de seu país em 2003, além das categorias de base, o ala esquerdo, 24 anos, é o primeiro estrangeiro a defender as cores do Azulão. Ainda tímido e um pouco assustado, Virviescas mostrou seu conhecimento. “Acompanhei as campanhas do São Caetano quando foi vice-campeão da Libertadores (em 2002, perdeu o título para o Olimpia, do Paraguai) e nos jogos contra o Boca Juniors – time que eliminou o Azulão no torneio continental no ano passado”, disse o jogador, que estava no San Lorenzo, da Argentina.

Mesmo com o São Caetano fora da atual edição da Copa Libertadores da América, o colombiano acredita que a permanência no Brasil por um ano – tempo do empréstimo – pode levá-lo de volta à seleção de seu país. “A visibilidade é muito maior no Brasil. Ser convocado pela seleção é meu grande objetivo”, afirmou Virviescas.

O colombiano não soube definir exatamente sua posição. Na Argentina, atuava como uma espécie de ala esquerdo. Segundo o técnico Estevam Soares, Virviescas chega para disputar posição com Triguinho e Thiago Amaral, mas não descarta a possibilidade de o atleta jogar como meia. “Pelo que acompanhei por gravações, é um jogador de muita habilidade. E, apesar de não estarmos na Libertadores, sua experiência internacional deve nos ajudar bastante”, opinou o comandante do Azulão.

A visibilidade do futebol colombiano tem crescido no continente. Depois da Era Valderrama, que exportou Rincón, Aristizábal e Higuita, a boa fase do Once Caldas – atual campeão da Libertadores – aumentou a visibilidade e a contratação de atletas pelo Brasil, caso de Henao (goleiro do Santos) e Viveros (ex-Cruzeiro). “Tem muitos colombianos espalhados por todo o mundo, principalmente na Argentina. O Brasil também é um bom mercado”, disse o ala esquerdo.

O novo reforço do Azulão participou da Libertadores pelo San Lorenzo, eliminado ainda na primeira fase, no grupo de seu compatriota Once Caldas. Apesar da pouca idade (24), Virviescas já rodou o continente sul-americano. Iniciou a carreira no América de Cali, seguiu para o Real Cartagena (também da Colômbia) e foi emprestado para o argentino River Plate, clube que defendeu por um ano.

Em seguida, retornou ao América e teve a chance de conhecer uma estrela do futebol brasileiro. “Perdemos um jogo para o Santos, de Robinho (Libertadores de 2003, derrota por 5 a 1, em Cali). Ele deu um chapéu no meio-campo e nossa torcida o aplaudiu quando foi substituído. É um grande jogador”, lembrou.

Virviesca deixaria novamente seu país para defender por um ano o San Lorenzo, da Argentina. Agora, no Brasil, ele espera mostrar suas qualidades, já que vinha alternando entre a equipe titular e reserva. “O futebol lá é duro, difícil de jogar. Aqui é diferente.” O colombiano correu quinta-feira ao redor do campo do Anacleto Campanella e deve trabalhar com bola a partir da próxima semana.