O juiz quer saber também se a Polícia Federal adotou os procedimentos de praxe para evitar que Nicolau dos Santos Neto deixasse o país, conforme ele havia determinado no dia 12 de abril, um dia depois de o ex-juiz foragido prestar depoimento à Justiça Federal. Na ocasiao, Nicolau, a pedido de Mazloum, entregou à justiça seu passaporte de cidadao, mas há suspeitas de que ele teria guardado um outro passaporte - o de cor verde, especial, usado por magistrados ou profissionais que precisam exercer algum tipo de trabalho no exterior - e, com ele, tenha deixado o Brasil normalmente, assim que percebeu que teria a prisao decretada.
Casem Mazloum lembra, no despacho, que expediu o mandado de prisao no dia 25 de abril e que até hoje nao teve nenhuma resposta da Polícia Federal. "Oficie-se ao Sr. Superintendente da Polícia Federal em Sao Paulo cobrando-se o cumprimento do mandato judicial", escreve o juiz.
Quando Nicolau prestou depoimento, no dia 11 de abril, o juiz Casem Mazloum já havia recebido os dois pedidos de prisao preventiva, solicitados pelos procuradores que investigaram o escândalo do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mas só decidiu acatá-los 14 dias depois. Experiente na área jurídica, Nicolau pressentiu que teria as prisoes decretadas e sumiu. Quando os federais receberam os mandados de prisao nao havia mais nenhum rastro, no país, do homem acusado de protagonizar um dos maiores escândalos financeiros.
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