Política Titulo Diplomação
Bancada regional se divide em análise do governo Doria

Deputados mais próximos do governador eleito apostam em relação com região; petistas rebatem

Daniel Tossato
Do dgabc.com.br
19/12/2018 | 07:00
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O clima de divisão no País durante as eleições neste ano se refletiu na bancada do Grande ABC, diplomada ontem para o mandato 2019-2022. Enquanto eleitos mais alinhados com o futuro governador João Doria (PSDB) apostam em boa administração do tucano e com olhar à região, petistas, adversários do próximo comandante do Palácio dos Bandeirantes, externaram pessimismo com a gestão.

Ontem, 70 deputados federais, 94 estaduais, dois senadores e Doria, como governador, receberam diploma do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), em cerimônia na Sala São Paulo, na Capital. A solenidade serve para atestar que o eleito pode tomar posse no ano que vem.

O Grande ABC elegeu oito representantes em outubro – os federais Alex Manente (PPS) e Vicentinho (PT) e os estaduais Carla Morando (PSDB), Luiz Fernando Teixeira (PT), Teonilio Barba (PT), Coronel Nishikawa (PSL), Thiago Auricchio (PR) e Márcio da Farmácia (Podemos).

“Quero fazer um bom mandato. O governador Doria mostra que está vindo para fazer a diferença na política”, disse Márcio, hoje vice-prefeito de Diadema. Filho do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB) – que estava presente à cerimônia –, Thiago também acredita em olhar de Doria à região. “O governador João Doria tem grande vínculo com o Grande ABC e sei que estará presente e atento aos nossos anseios, saberá nos ouvir. Vamos trabalhar em conjunto, com a bancada regional.”

Primeira-dama de São Bernardo, que recebeu o diploma das mãos do presidente do TRE-SP, Carlos Eduardo Cauduro Padin, Carla aposta em relação pacífica na Assembleia. “O convívio entre os parlamentares tem que ser harmônicos tanto faz oposição ou situação, não importando a opinião de cada um. Estou com a missão de fazer o melhor para a nossa cidade e para o Grande ABC”, disse ela, que foi acompanhada do marido, o prefeito Orlando Morando (PSDB). “Acreditamos neste projeto. Nossa cidade, São Bernardo, e todo o Grande ABC e Estado de São Paulo terão uma deputada que vai ajudar muito nos mais importantes setores”, comentou Morando, sobre Carla.

“A diretriz da bancada é analisar os projetos que chegarem à Assembleia e votarmos se eles forem bons para a sociedade. Se por um acaso eles forem ruins, votaremos contra”, avisou Nishikawa.

Oposição, Barba apontou que não haverá relação da bancada petista com o governo Doria. “Eu, pessoalmente, não espero nada do Doria. Estaremos abertos a discutir projetos que cheguem à Assembleia”. Luiz Fernando Teixeira foi na mesma linha. “Doria não é novidade na política. Minha expectativa é a pior do mundo. O PSDB abandonou o Grande ABC.”

FEDERAIS - Reeleitos, Alex e Vicentinho enalteceram os trabalhos feitos na Câmara Federal. “Num ambiente de muita renovação ser o deputado federal mais votado da minha cidade e do Grande ABC é motivo de muita alegria, satisfação e obrigação de continuar trabalhando no combate à corrupção, ter transparência”, ponderou Alex. “Estou muito feliz, pois sou um cidadão nordestino e negro e foram poucos negros diplomados neste monte de gente.”

Confusão com militantes do Psol marca diplomação de João Doria

Confusão envolvendo militantes do Psol e seguranças interrompeu por cerca de dez minutos a solenidade de diplomação do governador eleito do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), além dos 94 deputados estaduais e 70 federais, na manhã de ontem, na Sala São Paulo, na Capital.

A agitação começou quando futuros parlamentares do Psol subiram ao palco após a deputada eleita Monica Seixas ser chamada para receber o diploma. Seguranças intervieram, o que deu início a uma confusão generalizada.

Presidente do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), Carlos Eduardo Cauduro Padin, chegou a chamar a PM (Polícia Militar) para retirar do evento o homem que invadiu o palco, porém, o rapaz prometeu se comportar e a solenidade foi retomada.

Em uma rede social, o Psol se defendeu, dizendo que o mandato é coletivo e composto por nove integrantes – na urna, concorreu como bancada ativista – e que Monica é a porta-voz do grupo.

“Vale lembrar que, ao longo do evento, assessores e familiares foram autorizados seletivamente para receber diplomas por ou com seus deputados, fotografar e filmar. Jesus dos Santos foi impedido e violentamente retirado, sem terem sido levados em consideração os pedidos de Monica”, diz a nota.

Deputados da bancada do PT também foram alvo de vaias e aplausos ao receberem a diplomação, após realizarem o gesto de “L” com as mãos em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra preso implicado na Operação Lava Jato.

Doria, por sua vez, não discursou. Apenas falou por uma rede social sobre o ato. “Recebi a diplomação ao lado de deputados estaduais, federais, senadores e senadoras. É um orgulho. Isto é democracia, democracia pelo voto, o voto manda no Brasil”, disse o tucano, ao lado do vice-governador eleito Rodrigo Garcia (DEM).


PROCURADORIA - No mesmo dia em que foi diplomado, Doria viu a PRE-SP (Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo) ingressar com ação contra sua campanha, pedindo, inclusive, a cassação do diploma e inelegibilidade. Segundo a PRE-SP, Doria aumentou em 79% a média de gastos em publicidade antes de deixar a prefeitura.

“A ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral não revela qualquer indício de conduta eleitoral irregular, na medida em que não apontou a prática de um único ato do poder público que tenha promovido a pessoa do governador eleito e tampouco a existência de gastos de recursos públicos em benefício de sua candidatura. Tratam-se, na verdade, de ilações que não se sustentam nos fatos”, afirmou a defesa de Doria.




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