Política Titulo Eleições
Acirramento marca corrida ao Planalto

Primeira eleição presidencial pós-impeachment de Dilma terá 15 candidatos, maior número desde o histórico pleito da redemocratização, de 1989

Por Junior Carvalho
06/08/2018 | 07:00
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 Encerrou ontem o prazo para que os partidos realizassem suas convenções e homologassem seus candidatos rumo às eleições de outubro. Com as últimas confirmações, o eleitor brasileiro terá à sua escolha 15 nomes para a disputa presidencial deste ano, a primeira pós-impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

O número de candidatos do pleito de 7 de outubro não supera o de 1989, quando o Brasil voltou a ter eleição direta para presidente depois do regime militar (1964-1985) – naquele ano foram 22 concorrentes. Entretanto, a corrida pelo Palácio do Planalto deste ano é considerada como a mais acirrada e a mais indefinida desde a redemocratização do País.

Os 147,3 milhões de eleitores brasileiros voltarão às urnas daqui dois meses sob intensa disputa entre os campos progressista e conservador, com nomes dos dois lados liderando as pesquisas de intenções de voto. As incertezas em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embolam ainda mais o cenário. Preso desde abril após ter sido condenado em segunda instância pelos crimes de corrução passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (Litoral), o petista teve o nome homologado na convenção do PT realizada no sábado, mas está tecnicamente impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa. O partido nega que haja plano B, mas as movimentações dos últimos dias em torno da escolha do candidato a vice evidenciaram que o partido está disposto a substituir Lula.

Será a primeira eleição, após 12 anos, em que os petistas disputarão o principal cargo político do País como oposicionistas. O partido deixou o poder em 2016, após a cassação de Dilma, que havia sido reeleita dois anos antes em briga acirrada contra o senador mineiro Aécio Neves (PSDB). Desde então, o governo federal tem sido comandado por Michel Temer (MDB), que amarga índices históricos de impopularidade e, por isso, decidiu abdicar da reeleição para apoiar a candidatura do executivo Henrique Meirelles (MDB), seu ministro da Fazenda. O emedebista, porém, ainda patina nas sondagens.

Desde a queda de Dilma até a confirmação desses nomes, figuras de fora da política, os chamados outsiders, ensaiaram concorrer à Presidência, como o apresentador de TV Luciano Huck e o ex-ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal). Esse último, inclusive, chegou a se filiar no PSB, mas anunciou posteriormente que não disputaria. Dessa forma, figurarão as urnas nomes tradicionais na política, muitos deles já calejados em eleições presidenciais.




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