O São Caetano foi vítima, sábado, de outro golpe promovido por pessoas que iludem jovens com o sonho de se tornarem jogadores de futebol. Isso porque Vínicius de Paula Barretos, 34 anos, e Jeferson Frazão, 55, se passaram por representantes do Azulão, em Mococa, no Interior de São Paulo, e organizaram peneira falsa para pouco mais de 100 jovens, entre 11 e 15 anos.

Os golpistas usaram também o nome da Portuguesa e cobraram R$ 20 para as crianças realizarem os testes. Os dois, porém, foram presos em flagrante por estelionato, já que o São Caetano e pais dos jovens que participavam da avaliação os denunciaram à Polícia Militar. A dupla foi levada ao presídio de Casa Branca, onde ficará até a audiência de custódia. No total foram recolhidos R$ 2.608, já devolvidos aos responsáveis pelas crianças.

O advogado do São Caetano, Carlos André de Freitas, disse ter desconfiado, principalmente, pelo fato de as peneiras do clube não serem pagas e revelou outros casos em que os dois utilizaram o nome do Azulão para enganar jovens atletas.

“Um pai nos ligou, até porque quem entra no nosso site vê que não cobramos a avaliação. Logo entrei em contato com a polícia de Mococa e os policiais foram atrás para prender. Descobrimos que já tinham feito peneiras usando nosso nome em outros lugares. Neste ano ocorreu em Guaxupé (Minas Gerais). O negócio deles foi tão benfeito que tinham até placas de comerciantes, patrocínios de rádio local. Eram bem conhecidos na região”, disse o advogado, que espera que o caso sirva de exemplo para outras situações.

Golpes como este, aliás, acontecem rotineiramente no País, alguns deles até mais graves, quando empresários levam garotos para fora do Brasil prometendo testes em clubes. “É uma situação realmente complicada porque, neste caso (Mococa), tinham até uniformes de São Caetano e Portuguesa. Queremos servir de exemplo para outros clubes não deixarem isso acontecer, porque mexe com sonhos de muitos jovens. O meu conselho é para os pais ligarem para o clube caso sintam que estão sendo enganados. Foi dessa forma que conseguimos resolver este caso e acho que é o único jeito para prender em flagrante”, completou Carlos André.

Para tentar minimizar a frustração dos atletas, o São Caetano irá promover no mês que vem uma peneira oficial em Mococa. A iniciativa, do presidente Nairo Ferreira de Souza, não terá custos aos jovens, como todas do Azulão, e contará com a presença da comissão técnica que avalia a base do clube.