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Pelas curvas da Estrada da Jararaca
Por Ademir Medici
10/07/2018 | 07:00
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“Os menores lotes tinham 20 metros de frente por 50 metros de fundo, totalizando 1.000 metros quadrados. Já naquela época, preocupada com a habitação, com a vida, com o meio ambiente, a família (Homero Thon, de origem belga) exigia, na venda, que constasse nos contratos que as construções deveriam ter, pelo menos de um lado – na Avenida Guaianazes, digamos –, dez metros de jardim. Na construção das casas deveria haver sempre um recuo obrigatório para as plantas. Numa dessas casas foi que eu vivi”.

Cf. Clovis Sidney Thon, aqui em Memória, 20-6-2016, focalizando a origem da Vila Homero Thon, aberta em 1920.


“Sustentando que o loteamento (Vila Conceição, em Diadema) não podia ser alterado sem a concordância dos antigos compradores e que esses espaços, desde o registro, passaram, automaticamente, à propriedade do município, uma ação judicial, julgada procedente, condenava a loteadora a restabelecer o traçado original e devolver aquelas áreas”.

Cf. Nevino Antonio Rocco, aqui em Memória, 11-12-2017.

Memória vive tratando deste assunto. Com este mapa recebido do memorialista Walter Carreiro, retornamos ao tema. Aproxima-se a década de 2020. O Grande ABC, um século atrás, na década de 1920, ganhou, cidade a cidade, loteamentos urbanos referenciais. Ótima oportunidade para estudarmos cada um deles.

As leis urbanísticas engatinhavam. Mesmo sem uma legislação minimamente obedecida, o Grande ABC via nascer belas plantas habitacionais e industriais, com ruas largas, quintais e jardins enormes mesmo nos loteamentos mais simples e operários. A abundância de áreas livres ajudava.

Cem anos depois, aqueles loteamentos mantêm características iniciais. Claro, a maioria das casas originais foi descaracterizada e demolida. O adensamento urbano resultou no crescimento vertical. E mesmo ao redor de muitos dos primeiros loteamentos, surgiram as submoradias, as primeiras favelas, hoje chamadas de comunidades por conta do “politicamente correto”.

Esta história precisa ser estudada e compreendida, caso a caso, para se entender os porquês de uma situação geralmente aflitiva nos dias atuais.

O CASO DA VIA ANCHIETA

Quem percorre nossas rodovias, como a Via Anchieta, vê à beira do caminho, em questão de minutos, vários modelos habitacionais.

O luxuoso Parque Anchieta.

Casas diminutas dependuradas nos morros – como canta o samba.

Tentativas de projetos do tipo Minha Casa, Minha vida.

Os bairros cotas da Serra do Mar, que em 1984 assistiram à tragédia da Vila Socó, em Cubatão, com a morte oficial de 93 pessoas atingidas por um incêndio provocado pelo vazamento de milhares de litros de gasolina de um duto da Petrobras.

No que erramos?

A memória pode explicar

Em termos de memórias, nomes antigos foram preservados e/ou eliminados. É o caso deste recorte da planta entre Diadema e São Bernardo, com vários exemplos.

Citamos dois:

A Estrada da Jararaca – nome esquecido

O Jardim ABC – destacado em amarelo e que sobrevive com este nome.

Pergunta-se: que nome substituiu o da Estrada da Jararaca? Quando foi aberto o Jardim ABC?

Há respostas oficiais, ocultadas em antigos processos das nossas prefeituras; e respostas dos antigos, que preservam uma documentação pessoal e, principalmente, que cultuam a memória verbal.

Cabe ao pesquisador as investigações. A resposta coletiva recheará a história da transformação das cidades do aspecto rural do passado ao urbano de hoje. 

Walter Adão Carreiro, historiador de Diadema, faz a sua parte. Que outros estudiosos se debrucem no tema, em estudos que partam do particular para o geral – o geral tão a gosto dos acadêmicos.

O acadêmico cria interessantes peças teóricas e abre campo ao detalhamento que só o pesquisador local encontra tempo e disposição para observar.

Diário há 30 anos

Domingo, 10 de julho de 1988 – ano 31, edição 6801

Manchete – Economia inicia semestre com sinais de reativação.

São Bernardo – Perigo de explosão: oleoduto da Petrobras, com rachaduras, está a céu aberto no km 22,7 da Via Anchieta; córrego das Palmeiras joga toda água no oleoduto.

Em 10 de julho de...

1888 – Pedro Secol nasce em São Bernardo. Um dos primeiros filhos de imigrantes italianos nascido no Núcleo Colonial de São Bernardo.

1903 – Nicola Perrella nasce, em São Caetano. Nasceu junto às famosas Três Casetas – na área da atual General Motors.

Ele é autor do livro ‘Entre as torbas de São Caetano’.

1958 – A andreense Ligia Isabel Vieira vivia a glória de ter sido eleita Miss Interior.

1973 – São Bernardo planeja explorar, turisticamente, o Pico do Bonilha, na divisa com Santo André. Com 986,50 metros acima do nível do mar, o Pico do Bonilha é o ponto culminante do Grande ABC e continua inexplorado.

NOTA – Eventualmente são realizadas excursões ao Pico do Bonilha. Nada oficial. O potencial é grande. É o nosso Pico do Jaraguá.

1983 – Fundada a Sociedade Esportiva Canarinho, de São Bernardo.

Hoje

Dia da Pizza

Dia Mundial da Lei

Dia da Saúde Ocular

Municípios Brasileiros

Celebram aniversário em 10 de julho:

Em São Paulo, Bananal, Capivari, Pindamonhangaba, Rio das Pedras e Santa Isabel

Na Paraíba, Araruna e Sousa

Em Minas Gerais, Bambuí

Em Santa Catarina, Santo Amaro da Imperatriz

Em Goiás, São Luiz do Norte

Fonte: IBGE


Santos do Dia

Felicidade e os sete filhos mártires, cujos nomes são lembrados no “Martirológio Romano”: Januário, Félix, Filipe, Silvano, Alexandre, Vidal e Marcial.

Antônio Percierskij

Bem-aventurados Francisco, Abdel-Mooti e Rafael Massabki




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