Política Titulo Candidatura ao Estado
Prévias fortalecerão PT, apostam aliados

Grana e Dalécio lideram projetos de postulantes ao Palácio dos Bandeirantes no Grande ABC

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/01/2018 | 07:00
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Montagem/DGABC


Os coordenadores no Grande ABC das pré-candidaturas do ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho e do ex-chefe do Executivo de Guarulhos Elói Pietá nas prévias do PT para o governo do Estado acreditam que o processo vai fortalecer o partido na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.

Carlos Grana, ex-prefeito de Santo André e aliado de Marinho, e Anderson Dalécio, assessor do deputado estadual Luiz Turco e apoiador de Pietá, defendem o processo de consulta a militantes para definição do postulante do partido depois de hiato de 12 anos – em 2006, Aloizio Mercadante venceu Marta Suplicy na corrida interna.

“Se olhar o histórico, o PT em vários momentos passou por disputa (interna para escolha do candidato). Com o Lula, em 1982, teve prévia, faz parte da democracia, que pode ser acompanhada, de forma transparente. Considero que o processo vai fortalecer o nome do Marinho”, afirmou Grana. Ele lembrou que, em 2002, quando Lula venceu pela primeira vez a eleição presidencial, o ex-presidente teve de enfrentar Eduardo Suplicy internamente.

“Há muito tempo não se faz esse debate debaixo para cima. Vejo que só fortalece o PT, que historicamente esteve ligado a movimentos sociais. E os debates (nas prévias) sempre fizeram parte do partido. E outro ponto: as prévias no PT não vão desviar o foco da defesa da candidatura do Lula nem a discussão do julgamento dele em Porto Alegre (amanhã, o Tribunal Regional Federal analisa recurso do petista no caso do triplex do Guarujá)”, apontou Dalécio.

A ideia original do grupo de Marinho era não ter as prévias. Tanto que, no dia 1º de dezembro, a ala lançou a pré-candidatura do ex-prefeito de São Bernardo e atual presidente do PT estadual em cerimônia realizada no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com a presença do ex-presidente Lula. Porém, Pietá registrou sua intenção e apresentou cerca de 7.000 assinaturas, o que surpreendeu o bloco pró-Marinho. Pietá, aliás, disse que só abrirá mão da disputa interna se Suplicy ou o ex-prefeito da Capital Fernando Haddad decidirem ser candidatos ao governo do Estado.

“O Marinho tem característica de gestor, prefeito para dois mandatos, tem experiência, liderança, representatividade. É quadro preparado. Embora o Elói também tenha sido prefeito de cidade importante da Região Metropolitana (de São Paulo), como Guarulhos, possui suas qualidades, a minha convicção é que o Marinho sairá vitorioso desse processo, principalmente pela liderança. Ele demonstrou isso em toda a sua trajetória. Foi ministro, vice do José Genoino (PT), quando a chapa, inclusive, passou para o segundo turno. Acredito que isso pesa bastante”, avaliou Grana.

Dalécio reconhece o favoritismo de Marinho nas prévias. “Mas tem muito militante que queria ser ouvido e, nos últimos anos, não era ouvido. Outro ponto que defendemos é não fazer aliança que ajudou ou patrocinou o golpe contra Dilma Rousseff (em 2016)”, emendou Dalécio, alfinetando entrevista dada por Marinho ao jornal O Estado de S.Paulo, na qual ele admite que, em alguns Estados, aliança com partidos que votaram pelo impeachment de Dilma tem de ser considerada. 




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