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Moradores da Vila Lutécia pedem fechamento de bar

Motivo apontado é perturbação do sossego que estabelecimento gera madrugada adentro

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
10/05/2017 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


 Há cerca de três meses moradores da Rua Celina, Vila Lutécia, em Santo André, precisam pedir licença para sair de seus imóveis e circularem na rua. O barulho e os constantes transtornos causados por um bar localizado na altura do número 88 complicam a vida de quem vive no local. Temendo consequências negativas, algumas pessoas aceitaram falar à equipe de reportagem do Diário sem revelar a identidade.

O barulho começa durante o dia e se estende até as 3h. Sem apresentar provas, uma das moradoras diz que o responsável pelo bar tem proximidade com policiais, que o avisam quando uma viatura é enviada ao local após registro de reclamação por perturbação. “Além disso, ele abre quando a Prefeitura não está mais funcionando (o que dificulta a fiscalização).”

Fato agravante da situação é que, segundo os moradores, o espaço funciona sem alvará. Há cerca de um mês e meio o Diário conseguiu falar com o responsável pela administração do bar, que disse ter resolvido a situação do barulho com Prefeitura e polícia. No entanto, as reclamações persistem. Ele preferiu não se identificar e não gravou entrevista.

Uma moradora que está no endereço há dois anos e tem dois filhos, um de poucos meses e outro de 8 anos, reclama que as crianças não dormem e choram o tempo todo. O marido, um rapaz de 29 anos, foi ao médico e agora está tomando calmantes para conseguir dormir. “Às vezes, pegam carros com funk alto e colocam na nossa porta. Acionamos a polícia. Enquanto a viatura está aqui o som é desligado. Mas basta os policiais irem embora para eles aumentarem o som.”

Para ajudar na cobrança de medidas, um grupo fez recolhimento de assinaturas para abaixo-assinado. Moradora que vive na Rua Celina há mais de 20 anos contou ter ido à Prefeitura de Santo André na semana passada, quando foi informada de que o processo a respeito do fechamento do espaço estava parado. “Não tinham chegado a ver. Estamos aguardando providências, pois temos de ligar para a polícia todos os dias”, relata.

O Diário foi até outro bar próximo à área do problema para tentar falar com o administrador do estabelecimento. Após tentativa também por contato telefônico, a reportagem não obteve sucesso.

Em nota, a Prefeitura de Santo André afirmou que tem conhecimento da reclamação por meio do abaixo-assinado. “O estabelecimento já foi notificado para apresentar o alvará de funcionamento e AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) e um processo administrativo foi formado. O estabelecimento está sujeito à interdição das atividades caso não apresente o alvará de funcionamento, o AVCB, e não cessem as reclamações”, informa a nota.

O governo andreense ressalta ainda que “o processo de ação fiscal foi iniciado após o recebimento do abaixo-assinado e os prazos legais estão sendo acompanhados. A administração esclarece que tem encontrado dificuldade para dar continuidade à ação fiscal devido ao horário de funcionamento da firma reclamada, e o local ser considerado de risco para atuação no período noturno. A demanda será tratada como uma das prioridades e, caso necessário, será realizada ação conjunta com a Policia Militar e a Guarda Municipal no período noturno”.

Até o fechamento desta edição, a Polícia Militar não havia se pronunciado a respeito.

 




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