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Estado precisa atualizar estilo de administração
Por Antonio Rogério Cazzali
Do Diário do Grande ABC
17/07/2005 | 08:15
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A modernização administrativa foi o tema da palestra ministrada sábado pelo coordenador da unidade de desenvolvimento e melhoria das organizações da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo, Arnaldo Gobetti Júnior, no IV Eneap (Encontro Nacional dos Estudantes de Administração Pública). O evento, organizado pela prefeitura do município com o apoio do Diário e da UniA (Centro Universitário de Santo André), termina neste domingo pela manhã, no Anfiteatro do Paço de Santo André.

De acordo com Gobetti Júnior, o Estado conta com cerca de 650 mil servidores ativos e perto de 500 mil inativos, um efetivo maior até do que o da União. "O que temos hoje são funcionários antigos, desmotivados e que trabalham ainda sob métodos ultrapassados. Nossas políticas de gestão de recursos humanos implementadas recentemente já demonstraram alguns resultados, mas temos ainda de mexer em muita coisa para fazer a máquina andar."

Lei rígida - Segundo ele, a rigidez da lei, que impede, por exemplo, a transferência de determinado funcionário de uma unidade a outra, ou a folha de pagamento dos servidores não unificada, tudo isso contribui para a burocracia e a perda na qualidade dos serviços. "Hoje se vive, como costumamos dizer, a rotina do ao, ao. Ou seja, os documentos apontam Ao senhor fulano, Ao doutor ciclano, porém, não há quem se responsabilize para agir com rapidez."

Dentre as metas propostas pelo governador Geraldo Alckmin estão a implementação de uma gestão de resultados, com valorização da mão-de-obra especializada, a redução hierárquica, o aumento da flexibilidade e maior transparência em todos os setores do governo.

Sobre este último item, o coordenador disse que há momentos em que o Estado não consegue saber quanto custou um lápis ou serviço. "A experiência de criação de organizações sociais, uma espécie de terceirização dos serviços do Estado, tem demonstrado redução de custos com ganho de qualidade, a exemplo do que já ocorre hoje em 17 hospitais e em alguns equipamentos culturais como a Fundação Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), Pinacoteca, Cinemateca, dentre outros. Esse tipo de parceria em breve se estenderá também ao setor de pesquisas".

Poupatempo - De acordo com Gobetti Júnior, há a intenção ainda da expansão do sistema Poupatempo, segundo ele, um retrato de como o governo bem articulado e integrado com seus parceiros pode funcionar com qualidade. Ele afirmou também que já se iniciou a terceirização dos funcionários que trabalham nas unidades do Poupatempo. "Isso nos disponibilizará mais mão-de-obra para suprir setores em que ainda temos carência." Gobetti Júnior disse também que o governo prepara um estudo do perfil de servidor necessário a cada instituição, aproximando seus salários daqueles pagos no setor privado. "A intenção é reduzir os cargos, pois isso tem dificultado o conhecimento mais aprofundado das características dos funcionários e de suas tarefas."

Como explicou o coordenador, já existem projetos iniciais de contratos de resultados com entidades parceiras. "Nós definimos a política que desejamos e determinada instituição trabalha debaixo dessas regras. Além disso, cobramos várias metas como qualidade de atendimento, produtividade e formação de pessoal."




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