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PFL e PSDB selam pacto para compor oposição
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24/03/2004 | 00:06
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O jantar que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ofereceu à cúpula do PFL e do PSDB, na segunda-feira, marcou a reconciliação oficial das duas legendas na oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para que não restasse dúvida de que até os governadores tucanos que flertam com Lula estão afinados na oposição, Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, antecipou: "Vamos deixar isso muito claro na nota que sair da reunião dos oito governadores do PSDB, na semana que vem." Segundo ele, será um comunicado oposicionista, em tom "alguns decibéis acima" da média das manifestações anteriores.

Tucanos e pefelistas identificaram a existência de uma crise de autoridade no governo petista e, segundo o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), o anfitrião afirmou que "a perda de respeito pelo governo já aconteceu". Houve consenso, porém, na análise de que não há crise de governabilidade nem risco institucional. Quando o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), defendeu a parceria das duas legendas na oposição "altiva e vigorosa" ao governo, FHC atalhou, bem-humorado: "O Arthur está gostando dessa conversa."

Referiu-se ao líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), reconhecido como "radical xiita" da oposição. Na avaliação geral, o gracejo serviu para mostrar que ele não fazia reparo à atuação oposicionista de ninguém. "Fernando Henrique é um homem preocupado com a questão institucional, mas moderação ele não pediu a ninguém", garantiu Virgílio. "Ele disse até que nós estamos indo muito bem, mas que temos de ter controle dos limites."

Segundo Agripino, a observação sobre "controle dos limites" ficou restrita aos tucanos ali presentes – o presidente nacional do PSDB, José Serra, o líder no Senado, Alckmin e o secretário de Governo do Estado, Arnaldo Madeira. "O tom da conversa foi o da oposição firme, altiva, fiscalizadora e, como não era um diálogo entre irresponsáveis, não havia necessidade de pôr limites à oposição", contou Agripino.




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