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Vanda Dal Col e a vida dedicada a São Caetano
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
23/07/2016 | 07:00
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Dos 55 anos de idade, 50 foram vividos em São Caetano. Apesar de ter nascido na Baixada, Vanda Dal Col se mudou para o Grande ABC aos 5 e, na adolescência, descobriu a aptidão para o basquete. E foi no esporte que cresceu, ganhou títulos, chegou à Seleção Brasileira, a qual auxiliou no momento de renovação verde e amarela, formou a família e trabalha até hoje, na condição de coordenadora do tênis de mesa e taekwondo são-caetanenses. Por tanta identificação, foi indicada pela Prefeitura para ser uma das condutoras na cidade, a qual já considera sua.

“Carregar a tocha significa minha vida. Independentemente de todas as polêmicas que podem ter, a tocha é o espírito olímpico”, afirmou ela, que teve de submeter-se a uma injeção para poder percorrer seu trecho de 200 metros hoje. Sinais dos 20 anos de treinos intensos para se manter em alto nível. “A artrose me acompanha há algum tempo, tanto que chegou no limite, vou colocar uma prótese dia 29 de agosto, porque não tenho mais o que fazer, não tenho cartilagem, só osso. Mas é negócio que não me incomodo. Para carregar a tocha tomei infiltração, porque se não eu não consigo andar. Apesar da dor, tenho prazer no esporte ainda. Me faz superar essas coisas. Todo atleta de alto rendimento vai ter alguma sequela. Treinei muito forte 20 anos da vida. Tirei o menisco aos 20 anos. Sabia que poderia acontecer isso. Prefiro deixar a vida acontecer e quando chegar o problema a gente resolve”, diz ela, bem ao seu jeito divertido e descolado de ser e levar a vida.

Mas em suas palavras também pode-se notar a humildade e a ex-atleta afirma que vai levar com ela muita gente ao conduzir o fogo olímpico. “Muitos outros poderiam carregar também. Me senti orgulhosa por ter sido lembrada e junto comigo estará um pedacinho de cada atleta que já vestiu a camisa de São Caetano.”

Acostumada a vitórias na vida e carreira, Vanda não poderia estar em modalidade mais bem-sucedida do que o tênis de mesa são-caetanense, que representa 75% da Seleção Brasileira que vai aos Jogos do Rio (Caroline Kumahara, Gustavo Tsuboi, Hugo Calderano, Bruna Takahashi e Kazuo Matsumoto), além de Bruna Alexandre, que vai à Paraolimpíada. E as duas representantes femininas também carregarão a tocha em São Caetano. “Vai ser momento único. O meu é diferente do delas, porque estão no auge, indo para uma Olimpíada e Paraolimpíada. Mas temos conversado sobre a importância, como vai ser”, contou.

Árbitro andreense em dupla função: conduzir a tocha e atuar nos Jogos

Aos 36 anos, Fabiano de Almeida Paiva vai pela primeira vez para uma Olimpíada. Mas quem procurá-lo nas listas de atletas classificados ou convocados, não vai encontrá-lo. Isso porque o andreense foi escalado para ser árbitro das competições de atletismo nos Jogos do Rio de Janeiro, inclusive ao lado da mulher Vanessa Fabri Cassettari – ex-atleta que já competiu pela cidade –, que desempenhará função similar na modalidade. E não bastasse tal situação, que é uma recompensa ao trabalho que faz desde 2005, ele ainda foi convidado para conduzir a Tocha Olímpica em Santo André.

“Sem palavras. Não consigo imaginar como vai ser carregar a tocha, porque nunca vivi nada parecido. Ansiedade muito grande. Nos Jogos (Olímpicos) vai ser o normal que a gente faz no dia a dia”, afirma Fabiano Paiva. “Não tenho como mensurar como vai ser. Acredito ser grandioso, de emoção muito grande. Em relação aos Jogos a gente já está aguardando, vem de um trabalho ao longo do tempo, então está preparado. Quando entrar no Estádio Olímpico (palco das provas de atletismo) a gente foca em trabalhar”, emenda ele, que será responsável pela câmara de chamada (call room), na qual tem como função conferir os atletas, colocar numeração, verificar se o uniforme está correto, entre outras atribuições.

Por conta desse cargo, ficará frente a frente com grandes nomes do atletismo, entre eles o jamaicano Usain Bolt. Mesmo assim, o árbitro afirma que não haverá tempo para tietagem. “É muito gratificante tê-los frente a frente, mas na hora é como se fosse qualquer pessoa. Não dá tempo de pensar ‘é o Bolt’ ou ‘é a Fabiana Murer’ e vislumbrar alguma coisa. Tem de seguir todo o protocolo e estar preocupado com o horário. Qualquer atraso a culpa é minha. Esses são nossos desafios e objetivos”, relata.

Mas antes ele conduzirá a tocha e promete festa de amigos e familiares em seus 250 m de percurso. Sobretudo com a mulher. “Ela que me trouxe para o atletismo. Tenho muito o que agradecer a ela, se não não teria essa oportunidade que é um sonho que todo mundo tem."




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