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Investigação sobre Arena do Timão agita clubes da região

Presidentes de S.Caetano, S.Bernardo, Sto.André e Água Santa falam de ação da Lava Jato no futebol

Anderson Fattori, Dérek Bittencourt e Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
24/03/2016 | 07:00
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Ricardo Trida 20/9/15


Um dia depois de a Operação Lava Jato chegar ao futebol, os dirigentes do Grande ABC se pronunciaram sobre os benefícios que a situação pode trazer aos clubes e ao esporte. Anteontem, a investigação apontou que apura pagamento de propina de R$ 500 mil ao Corinthians a partir de pessoa ligada à Odebrecht, construtora da Arena em Itaquera, que foi palco da abertura da Copa do Mundo de 2014. Foi a primeira intercorrência ligada ao esporte.

“Tem de haver essa devassa (apuração) no futebol e no governo, porque a situação do País é difícil, e no futebol também. As federações e confederações cada vez mais ricas e os clubes cada vez mais pobres. Tem de ser feito algo para esclarecer tudo que está encoberto. Isso (investigação) valoriza o futebol brasileiro”, disse Nairo Ferreira de Souza, presidente do São Caetano, que viu o discurso ecoar nas palavras do mandatário do Água Santa, Paulo Sirqueira. “As coisas têm que mudar. Tem que se mexer, apurar e punir os responsáveis. Qualquer tipo de corrupção atrapalha o futebol”, pontuou.

No Santo André, o presidente Jairo Livolis também defendeu as investigações. “Acho que essas apurações podem ajudar a moralizar o futebol. É um caminho novo para todas as atividades e o futebol tem de ir junto. Esse é o sentimento que tenho neste momento. Essas investigações acabam limpando qualquer sujeira que possa estar acontecendo no esporte”, comentou ele.

O presidente do São Bernardo, Luiz Fernando Teixeira, por sua vez, decidiu adotar discurso mais cuidadoso e mostrou-se contrário às atitudes do juiz federal Sérgio Moro. “Ontem (terça-feira) houve uma denúncia que dizia que pode ter acontecido (propina na construção da Arena Corinthians). Mas não tem provas. Tudo que o Moro diz, para mim, com todo respeito, é ilação. Ele tem rasgado a Constituição federal, agido de forma equivocada. Então quero verificar. Se for verdade é preocupante. Vejo com muito cuidado, não emito nenhuma opinião. Depois que ficar provado, posso dizer o que acho e penso”, disse o mandatário, que é deputado estadual pelo PT.

Promotor pede punição exemplar para evitar impunidade

De acordo com o primeiro promotor de Justiça do 5º Tribunal do Júri, Rogério Leão Zagallo – que foi responsável pelo caso que buscou respostas para a morte do ex-zagueiro Serginho, do São Caetano –, a inserção do futebol nesta fase de investigação pela qual diversos setores do País passam é benéfica.

“Qualquer tipo de corrupção em qualquer esfera e área de atuação da iniciativa pública e privada tem de estar livre desse câncer da corrupção. E com o futebol não é diferente. Torço para que as pessoas que estão investigando consigam chegar a todos que enventualmente se envolveram e tiveram esse desvio de comportamento. E a punição deve ser exemplar para não acontecer o que aconteceu com a minha geração, que é a certeza de impunidade”, disse.




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