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Promotores se irritam com críticas de Dirceu
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24/03/2004 | 00:01
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Ao acusar o MP (Ministério Público) de promover "violências legais a todo momento" e atribuir aos promotores criminais de Santo André a montagem de "um segundo processo totalmente ilegal sobre a morte de Celso Daniel", o ministro da Casa Civil, José Dirceu, provocou reação em cadeia de promotores e procuradores de Justiça em todo o país. "O ministro está passando dos limites, demonstrando falta de maturidade e equilíbrio", afirmou o procurador Marfan Martins Vieira, presidente da Associação do MP do Rio.

Para o presidente da Associação Paulista do MP, José Carlos Cosenzo, "o ministro e o PT utilizaram-se muito do Ministério Público para ascender ao poder que eles pretendiam, mas agora não têm mais interesse em manter uma instituição forte".

Cosenzo desafiou: "se o ministro e o PT são tão transparentes e abertos como dizem, por que não usam o caso Santo André para mostrar efetivamente que não têm o que esconder?", questionou. "Rigorosamente, estão com medo de aprofundar as investigações de Santo André, mas tenho certeza absoluta que, se o prefeito fosse do PSDB ou do PMDB, ou de qualquer outro partido, o PT estaria a nosso lado, querendo ajudar nas investigações", prosseguiu Cosenzo. Ele disse que o ministro "não está num bom momento desde que assumiu o governo, porque trocou de lado para agredir a própria sociedade e o MP."

Os promotores José Reinaldo Carneiro, Roberto Wider e Amaro Thomé, que conduzem as investigações sobre a execução do prefeito Celso Daniel, ocorrida em janeiro de 2002, mandaram aviso a Dirceu: "a instância do julgamento do caso Santo André é o Judiciário, não vamos nos dobrar e não nos submeteremos às ingerências externas do ministro. Na verdade, a atuação dele em atacar reiteradamente o nosso trabalho é fato inexplicável."




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