Quem olha a capa do CD Revanche sabe de imediato que é o novo álbum da banda Fresno porque está escrito (daãããã!!!!!). Mas quem coloca o CD para rodar vai ter de dar uma boa conferida para chegar à conclusão que realmente são os meninos de Porto Alegre. Não que seja um trabalho absurdamente diferente dos cinco primeiros, mas tem algo - mais guitarra, batidas pesadas e letras profundas - que não se encaixa muito com a pegada mais pop, principalmente se comparado à Redenção, o último trabalho do grupo.
E esse era mesmo o objetivo. Como a própria palavre define, revanche é desforra, represália, não estar satisfeito com algo e mudar. "Passamos por uma fase rebelde com o mercado, com os rótulos impostos, e queríamos voltar à nossa essência, o rock. Depois de dois anos criando, trabalhando duro mesmo, conseguimos reunir o melhor do Fresno em 13 faixas. Estamos satisfeitos", afirma Vavo. O vocalista Lucas completa: "Ultrapassamos várias armadilhas e passamos por muitas coisas durante os 11 anos de carreira que nos fizeram amadurecer. O resultado é Revanche. Quem gostar, ótimo".
Durante entrevista com o D+, Lucas, Tavares, Vavo e Bell mostraram que realmente estão apostando todas as fichas no novo trabalho. E parece que deu certo: em seis dias, Revanche (Arsenal Music, R$ 19,90) passou a ser o quinto álbum mais vendido no Brasil, segundo o site Hot 100 Brasil. Confira o que os meninos reveleram:
D+: Por que o novo trabalho é muito mais rock?
Tavares: Por instinto. No fim do ano passado, estávamos meio revoltados e queríamos mostrar quem somos de verdade. Então, o produtor Rick Bonadio pediu para que acalmássemos, que tudo viria na hora certa. Finalmente, lançamos Revanche e há músicas das duas fases (a mais rebelde e a mais tranquila). O álbum ficou completo.
Vavo: Além disso, já não somos mais adolescentes. Vivemos amores mais maduros, passamos por situações mais sérias, conta pra pagar, pegamos trânsito, e a música precisa refletir isso. Queríamos que as letras dialogassem com quem ouve.
D+: Em algum momento, ficaram com medo de perder público?
Lucas: Estávamos ansiosos para saber a reação da galera, mas quem nos segue sabe que é um CD feito com coração e alma. É importante que os mais novos nos ouçam e se inspirem. Tanto que tenho o maior prazer de participar, de novo, dos Meus Prêmios Nick.
Tavares: Sinceramente, depois que li os comentários dos fãs na internet, tirei um peso das costas. Claro que ficamos preocupados com as opiniões, afinal, CD é realmente como um filho. Mas parece que Revanche agradou todo mundo.
D+: O que mais mudou dos outros álbuns para Revanche?
Bell: Dá para ouvir mais os instrumentos, tem riffs de guitarra, uma sonoridade bem mais pesada.
Vavo: Ouvi muito Rammstein, Mötley Crue. Aliás, todos da banda curtem rock como o Smashing Pumpinks, Velvet Revolver, Muse, Anberlin e Copeland. É um mix de influências, e é possível perceber tudo isso no novo CD.
D+: O que significam as estrelas na capa do álbum?
Lucas: É uma constelação específica com estrelas bem unidas, o que mostra que a Fresno sempre vai ser uma família. A árvore já é uma marca da banda e mostra que temos raízes, pés no chão. Além do mais, não queríamos colocar nossa cara na capa. Quem gosta, já nos conhece muito bem e com Revanche vai tomar a decisão final sobre nós.
D+: Vocês concorrem a duas categorias no Vídeo Music Brasil da MTV deste ano: melhor artista e melhor banda pop. Isso incomoda um grupo de rock?
Tavares: Gosto mesmo é da festa. Já temos bastante prêmios; é hora das novas bandas. Gostamos de ganhar, mas não ficamos mais frustrados.
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