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Oviedo nega participaçao na tentativa de golpe no Paraguai
Do Diário do Grande ABC
19/05/2000 | 10:52
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O ex-general Lino Oviedo, fugitivo da Justiça do Paraguai, negou estar envolvido na tentativa de golpe de Estado realizada por militares e policiais, sufocada na madrugada desta sexta-feira pelas forças leais ao governo. ``Eu nao tive nada a ver com este movimento', disse Oviedo à Rádio Carapá, no Departamento de Itapúa, usando o telefone celular com que se comunica com as rádios e jornais do país, desde quando passou à clandestinidade.

``O tempo e a Justiça se encarregarao de esclarecer o que aconteceu, a toda a comunidade nacional e internacional', disse o ex-militar, apontado pelas autoridades paraguaias como responsável pela rebeliao militar.

Na clandestinidade desde dezembro de 1999, acusado de mandante do atentado que matou o vice-presidente Luis María Argaña em março de 1999, Oviedo respondeu às acusaçoes pedindo que se investigue o plano insensato.

``Nada se pode esconder (...) Deve-se investigar quem prendeu o comandante. Se prenderam o comandante da Polícia Nacional, é porque ele estaria implicado com alguém', disse, se referindo a Casto Guillén, que foi demitido do cargo esta sexta-feira.

``As tropas nao podem sair de uma unidade sem a anuência do comandante. Alguém deve ter ordenado isso', disse Oviedo. ``É muito simples de elucidar: quem sao os comandantes, quem esteve envolvido, os contatos...'

Perguntado se teria participado de uma rebeliao militar, Oviedo disse que jamais havia mobilizado tanques para ocupar a capital. O ex-militar lembrou o golpe de 1989, quando foi um dos principais protagonistas da queda do ditador Alfredo Stroessner (1954-89), e disse que nas cidades ``nao se usam tanques com canhoes'. ``Nas cidades nao há campo visual, nao se tem espaço para atirar. Nao é efetivo', continuou Oviedo. ``Tem que haver tropas de ocupaçao e de apoio'.

O Exército paraguaio pôs fim, esta madrugada, à rebeliao de um grupo de militares e policiais que tentaram derrubar o Governo do presidente Luis González Macchi, que decretou estado de sítio por dois meses, informaram fontes oficiais.

Em Assunçao, o porta-voz do Comando das Forças Militares, capitao-de-fragata Carlos Sánchez, anunciou que os rebeldes depuseram as armas e se encontram detidos nas dependências do Primeiro Corpo de Exército, a 15 km da capital paraguaia, quartel que chegou a ser ocupado pelos militares insubordinados.

O ministro do Interior, Walter Bower, afirmou que entre os detidos se encontram dois civis: o deputado oviedista do Partido Colorado (da situaçao, o mesmo do presidente Macchi) Luis Talavera e o ex-deputado Hermes Rafael Saguier, do Partido Liberal.




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