Além dos transtornos e dos danos materiais, as enchentes podem provocar problemas depois que a chuva passar. O contato com a água contaminada pode provocar contaminação por salmonella e ameba, além de doenças como leptospirose – a mais grave delas, que é transmitida pela urina dos ratos.

O infectologista Hélio Vasconcellos Lopes, responsável pela disciplina de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC, afirma que o ideal é que se evite o contato com a água de inundações ou alagamentos. “Mas se a pessoa não conseguiu se proteger e teve de atravessar enchente, o recomendado é que vá para casa e faça higienização rigorosa.”

Pelos próximos dias, é preciso ficar atento para o surgimento de sintomas. A atenção deve ser reforçada durante 15 dias. Caso haja sinais de infecção, o paciente deve ser levado a um posto médico. No caso da leptospirose, os sintomas são febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele em razão de acometimento do fígado), e fortes dores de cabeça, que podem indicar meningite provocada pela bactéria Leptospira. Já a amebíase, a salmonella e outras infecções intestinais geram disenteria e quadro febril.

Atenção

Ontem, quatro cidades da região estavam em estado de atenção em razão do alto volume de chuvas registrado nos últimos três dias. No início da tarde, os pluviômetros da região marcavam 608,4 milímetros de água.

O presidente do Conselho Municipal de Defesa Civil de Ribeirão Pires, capitão José Raimundo Magalhães Barbosa afirma que o principal risco na cidade é o de inundações no rio que dá o nome ao município. A cidade volta ao estado de observação assim que o volume de chuva cair para menos do que 100 milímetros.

Já para a diretora da Defesa Civil de Santo André, Débora Diogo, a principal preocupação é com os deslizamentos de terra nos bairros Jardim Santo André e Jardim Irene.