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Esporte polemiza em Santo André

Pais, alunos e professores atacam más condições da Pasta, mas poder público rebate

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
26/09/2013 | 07:00
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Acusações de um lado, justificativas de outro. E o assunto em pauta: o Esporte andreense. A audiência pública realizada na segunda-feira, na Câmara Municipal, expôs diversos problemas que modalidades como natação, atletismo e futebol amador estariam passando. Como não houve representante do Executivo na sessão, a Prefeitura enviou ao Diário as explicações sobre as reivindicações de pais, alunos e professores, que questionaram más condições estruturais, falta de verba e outros.

O caso ganhou amplitude em razão do não comparecimento de algum integrante da secretaria ou departamento de Esporte de Santo André à audiência, o que gerou revolta dos cerca de 100 munícipes presentes à sede do Legislativo. Por meio de nota, no entanto, a Prefeitura explicou que “não houve nenhum convite, convocação ou até mesmo um oficio da Câmara para participação na audiência pública”, fato contestado pelo presidente da casa, o vereador Donizeti Pereira (PV), que foi quem convocou e esteve à frente da sessão. “Foi enviado com dez, 15 dias de antecedência e entramos em contato na sexta-feira. Cumprimos o protocolo. Todo o requerimento aprovado na Câmara é passado ao Executivo. Creio que deveriam assimilar que erraram ao não vir.”

O que ficou definido na audiência foi a criação de comissão de pais e alunos para reunião em caráter de urgência com o prefeito Carlos Grana (PT) para debater os questionamentos, que não são poucos. Os nadadores que utilizam a piscina do Complexo Pedro Dell’Antonia, por exemplo, reclamam de falta de verba para disputar competições – só neste ano, 13 atletas foram para outras cidades ou clubes por causa desta situação – e para pagar os treinadores, que estão há cinco meses sem receber.

“Representamos a cidade nos Jogos Regionais. Quando estamos no pódio, está ótimo, mas e a verba que a gente precisa, onde está?”, questionou a atleta Bianca Dias, que há sete anos treina e compete pelo município. “Isso é grande desmotivador, mas a gente continua. Tenho orgulho de carregar o nome da oitava melhor equipe do Brasil e terceira do Estado. Mas temos de lutar contra adversários com muito mais recursos que nós.”

Além disso, a mãe de aluno Vera Regina indagou sobre o corte no orçamento que era destinado à modalidade. “Neste ano, lamentavelmente, ficamos sem entender como está sendo destinada a verba (segundo ela, até 2012 era de R$ 100 mil e caiu para R$ 40 mil). Só recebemos desculpas.”

A resposta do poder público, porém, apresenta outro panorama. “Não houve corte algum na modalidade, que manteve seu orçamento integral aprovado no ano de 2012 pela Câmara Municipal”, explicou, afirmando ainda que destinou R$ 1,190 milhão para 21 modalidades.

Sobre a falta de pagamento aos professores, a administração municipal negou. “Não há atraso. Todas as taxas federativas e salários já foram pagos. Além disso, o Departamento de Esporte se comprometeu a ressarcir aos pais todas as eventuais despesas comprovadas durante este período de negociação”, afirmou. “Ressaltamos que a equipe de natação nunca deixou de participar de nenhuma competição, portanto a modalidade continua prestigiada. Não há quaisquer problemas em relação à participação dos atletas em competições. Inclusive, as passagens e hospedagem já estão reservadas e o Departamento de Esporte já fez a liberação antecipada para a participação dos atletas da natação nas próximas disputas”, continuou.

ATLETISMO E VÁRZEA

Já as reclamações referentes ao atletismo foram levantadas pela professora Valquiria Santana, que explanou a falta de local para treino. “Nosso único espaço é o (Estádio) Bruno Daniel, mas está em reforma e querem tirar a pista. Já cortaram a verba, agora vão tirar também o espaço?”, indagou. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, “informa que a pista de atletismo estava desativada há mais de dez anos. Portanto, no novo projeto, a administração optou em contemplar as dimensões exigidas pela Fifa para o gramado.”

A contestação do presidente da Liga Santoandreense de Futebol, José Alves Sena, foi das más condições de 31 dos 32 campos de várzea da cidade (exceção feita ao Nacional), além da verba insuficiente repassada. “Temos 70 clubes, 1.500 atletas dos 4 anos à terceira idade, frequência de 15 mil pessoas em média e uma subvenção de R$ 119 mil que mal dá para pagar a arbitragem”, explicou.

A Prefeitura, porém, disse que “já começou a manutenção emergencial de oito campos para início do campeonato da Primeira Divisão”. Realiza ainda “manutenção prévia em cerca de 65% dos campos distritais da cidade. Além disso, criamos um cronograma de manutenção e fiscalização destes serviços”.

Sobre o repasse atual, a administração explicou que o valor foi aprovado na gestão passada e que já está “fazendo novo planejamento para o Orçamento de 2014”.
 




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