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Dois paratletas da região vão representar Brasil no Mundial
Por Marcelo Argachoy
Especial para o Diário
10/07/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Duas histórias de superação. Moradores do Grande ABC, Alessandro Silva, 32 anos, e Michel Abrahame, 19, transformaram suas deficiências em combustível para a vitória. Os dois paratletas estão entre os 25 que irão representar o Brasil no Campeonato Mundial de Londres, entre os dias 14 e 23 deste mês, na Inglaterra.

O sucesso no paratletismo não é novidade para Silva. Com orgulho, ele exibe as duas medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Paraolímpicos de 2016 e no Parapan-Americano de Toronto, em 2015. Morador de Mauá, ele perdeu a visão gradativamente após contrair toxoplasmose, em 2009. Ao procurar modalidade que pudesse praticar mesmo com sua deficiência visual, conheceu o arremesso de peso.

“Antes disso, não praticava esportes como profissão, só por hobby. Inicialmente, entrei no paratletismo só para não ficar parado”, disse.

Conforme a deficiência chegou ao estágio de cegueira total, em 2015, o paratleta mudou para o lançamento de disco, a sua especialidade, e na qual conquistou as medalhas de ouro. Segundo seu treinador, Walter Agripino, o lançamento de disco é a modalidade com menos diferença entre a disputada por deficientes visuais e atletas que enxergam.

“Se quisesse, ele (Alessandro) poderia disputar normalmente. Não brigaria por medalhas olímpicas, mas conseguiria ser competitivo em um nível mais baixo, como Jogos Regionais”, declarou Agripino. Alessandro Silva é recordista mundial em sua categoria.

Já Abrahame irá participar da competição pela primeira vez. Especialista no salto triplo e no salto com vara, o jovem de 19 anos perdeu a movimento do braço esquerdo aos 12 anos, em acidente de bicicleta.

“Nunca fui um cara muito atlético, nem de jogar bola eu gostava direito”, conta Abrahame, que chegou ao paratletismo por indicação de um professor de Educação Física da escola.

Agora, o jovem terá a oportunidade de enfrentar pela primeira vez os grandes nomes da modalidade no Mundial de Londres. “Nunca imaginei um dia chegar em casa e me assistir na TV competindo. O que o atletismo está me proporcionando hoje é muito gratificante”, afirmou.




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