Os anti-separatistas dominam as ruas de Dili, capital de Timor Oriental, um dia depois da série de ataques que causou a morte de pelo menos cinco pessoas, provocando emoçao e reprovaçao internacionais. O clima de tensao aumenta a cada hora na capital, onde estao mais de mil observadores e diplomatas estrangeiros, vindos para o plebiscito de segunda-feira, que decidirá o destino da ex-colônia portuguesa.
Durante a sexta-feira, em meio à tensao e o medo, nao houve nenhum incidente sério, exceto alguns tiros perdidos. Estavam previstas outras manifestaçoes que nao aconteceram. "Nao tivemos possibilidade verdadeiramente de entrar em contato com os partidos envolvidos para organizar as manifestaçoes", precisou Ian Martin, chefe da comissao das Naçoes Unidas para Timor Oriental.
As famílias enterraram seus mortos, enquanto zonas inteiras da cidade, especialmente os bairros populares onde os moradores sao favoráveis em massa à independência, ficaram desertos. Em Kuluhun e Becora, dois bairros atacados quinta-feira, grupos de jovens vigiavam, armados com machados ou arcos e flechas, ante o medo a um novo ataque da Aitarak, milícia temida por sua brutalidade. As milícias eram visíveis em todos os lugares, de carro, acompanhando um veículo da polícia ou no litoral.
A violência, declarou Leondro Isaac, coordenador político do CNRT, Conselho Nacional de Resistência, é "clara ilustraçao" de que as autoridades indonésias nao respeitam o acordo sobre o plebiscito firmado dia 5 de fevereiro em Nova York por Indonésia e Portugal. Ele pediu que a comunidade internacional "exerça pressao séria e continuada sobre o governo de Jacarta".
O primeiro-ministro português, Antonio Guterres, declarou nesta sexta-feira que o governo deve fazer tudo o que estiver a seu alcance para que seja realizada a votaçao na segunda-feira.
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