Política Titulo Promessas de 2012
Lauro veta hospital infantil e Carnaval, promessas de 2012

Prefeito de Diadema pede para derrubar emendas
que exigiam ações que ele defendeu em campanha

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/08/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), vetou emendas da bancada de oposição que obrigavam a administração a realizar festas populares, como o Carnaval, e reabrir o atendimento pediátrico na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim das Nações, popularmente conhecido como hospital infantil. Ambas as ações estavam na lista de promessas do verde na eleição de 2012, quando ele venceu o então prefeito Mário Reali (PT).

Os vetos estão na pauta de votação de amanhã na Câmara. São nove restrições a modificações aprovadas pelo Legislativo na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), texto que serve de base para montagem do Orçamento municipal. Oito mudanças eram do bloco oposicionista e uma do governista Reinaldo Meira (sem partido).

Na justificativa endereçada aos parlamentares, Lauro justificou que as emendas têm vícios jurídicos, uma vez que, se rubricadas, causariam interpretação equivocada de pontos do PPA (Plano Plurianual) vigente. Também apontou que as propostas não vieram acompanhadas de alegações de interesse público.

Na campanha eleitoral, Lauro corriqueiramente criticava Reali, que decidiu encerrar o funcionamento do hospital infantil alegando falta de estrutura e pediatras na UBS – o petista reabriu o posto por pressão durante a eleição, processo classificado pelo verde como “ato eleitoreiro”. A ideia do verde era reabrir em seu primeiro ano de gestão o atendimento pediátrico, mas a demissão de 120 médicos do quadro fez com que ele revisse os planos e já afirmasse internamente que essa promessa ele não vai conseguir cumprir.

Nos bastidores, a bancada de oposição articula a derrubada dos vetos, principalmente a que obriga a realização do Carnaval e a reabertura do hospital infantil. Quando houve a aprovação, 12 vereadores foram favoráveis. “O prefeito quer deixar a Câmara em saia justa porque não tem essa história de vetar projetos. Vamos ver se haverá recuo dos vereadores que foram favoráveis”, afirmou Josa Queiroz (PT).

Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), acredita na reversão do veto por parte da Casa. “Há total condição de derrubada deles. Ele não apresentou fundamento nenhum. É um prefeito autoritário, um caudilho, que muito me lembra ao Odorico Paraguaçu (personagem da novela O Bem Amado).”

Líder do governo Lauro no Legislativo, Atevaldo Leitão (PSDB) disse que haverá conversa com vereadores amanhã para explicar os motivos do veto. “São problemas de ordem jurídica. Havia diálogo com o governo para não vetar, mas surgiram esses empecilhos jurídicos. Fiz uma fala com os líderes e expus isso. Na quinta-feira, teremos reunião para explicar melhor.”




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