Os bancos começaram a anunciar as vendas de crédito para a antecipação da restituição do IR (Imposto de Renda) das pessoas físicas. Alguns oferecem juros iguais aos dos empréstimos pessoais, enquanto outros colocaram mais baixos. A verdade é que, segundo especialistas, este produto é como qualquer outro empréstimo e, caso a taxa seja atraente, é interessante apenas para quem esteja enforcado nas dívidas de outras modalidades que custam mais caro, como o cheque especial e o cartão de crédito, ou para uma urgência.

De modo geral, as taxas das linhas para a antecipação da restituição do IR têm juros entre os mais baixos do mercado. Isso ocorre porque as instituições financeiras diminuem o risco de calote, tendo em vista que o dinheiro provavelmente sairá, explicou o professor de Finanças Mário Amigo, que ministra aulas na Saint Paul Escola de Negócios, Fipecafi, Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e FIA (Fundação Instituto de Administração).

Para realizar a operação, é necessário apresentar a declaração do Imposto de Renda para a instituição. A liquidação dos empréstimos, normalmente, pode ser antecipada, ou ocorrer na data em que a Receita Federal liberar o valor. Os bancos, geralmente, pedem para que o depósito da Receita Federal seja destinado à conta na instituição.

Mas o professor de Finanças da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto Fabiano Guasti Lima, que também é pesquisador do Instituto Assaf, avisa: "É necessário tomar muito cuidado para não cometer erros na hora de declarar para não cair na malha fina, pois os juros vão continuar rodando até a restituição sair."

No entanto, ele orienta que essa linha de crédito deve ser direcionada para a liquidação de dívidas mais caras. "Tem que analisar bem se vai precisar do dinheiro." Se o entendimento for esse, Lima orienta pesquisar as taxas em várias instituições.

No Banco do Brasil e no Santander, os juros das linhas de antecipação do Imposto de Renda começam em 1,59% ao mês. No Bradesco e no Itaú Unibanco, iniciam, respectivamente, em 1,89% e 1,90% ao mês. Na Caixa Econômica Federal, 2,20%. Esses percentuais são menores do que o mercado cobra no empréstimo pessoal. Segundo a Anfac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a operação tem custo médio de 2,93% ao mês.

Este não é o caso do HSBC, que anunciou que sua antecipação custa, no mínimo, 2,99% ao mês. Porém, ainda é menor do que o cheque especial, de 6,01%, segundo o Banco Central, ou o rotativo do plástico, de 9,37%, conforme aponta a Anefac.