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Transporte em Mauá é confuso e sem informação

Terminais são desorganizados e passageiro tem
dificuldade; painéis eletrônicos são insuficientes

Por Vanessa de Oliveira
do Diário do Grande ABC
13/01/2015 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


Desorganização e falta de informação. Essas são as principais características do Transporte municipal em Mauá. Com falhas na comunicação, os passageiros têm dificuldades para conseguir se orientar, principalmente dentro dos terminais. Desde o fim do ano passado, a operação do sistema é de responsabilidade da Suzantur.

A cidade possui 49 linhas municipais. No Terminal Central, o mais movimentado, não há formação de filas. Quando o ponto está cheio e o coletivo abre a porta, inicia-se disputa de espaço entre os passageiros. Ontem, a equipe do Diário aguardava para embarcar no coletivo que ia até o Terminal Itapeva. A plataforma estava lotada, com passageiros aguardando há mais de 40 minutos. Muitos deles esperavam em frente a um veículo que estava parado. Entretanto,após longo período, uma dupla de funcionários chegou para consertar o ônibus, que estava quebrado. “Todo mundo esperando no ponto e ninguém avisa que não vai sair. Deveriam avisar por meio de alto-falante”, esbravejou uma jovem, que preferiu não se identificar.

O estresse ficou ainda maior quando um fiscal afirmou que o ônibus em direção ao Terminal Itapeva acabara de sair. O vigilante Adevaldo José Leite, 40 anos, ficou enfurecido pela falta de aviso, mas foi alertado pelos outros passageiros que o funcionário se enganou: o coletivo que havia partido era o que atende a linha Boa Vista.

“É horrível. Deveriam fazer um corredor para que fosse formada uma fila por ordem de chegada”, falou a usuária que havia reclamado sobre a falta de aviso do coletivo quebrado.

Também não há informações suficientes a respeito das linhas em operação. Dois painéis eletrônicos fornecem o horário de chegada dos coletivos – mas só de alguns. Em um deles, são beneficiados os passageiros que utilizam os itinerários Feital, Nova Mauá, Esperança e Helida. No outro, os que viajam pelas linhas Zaíra Expresso, Zaíra Radial, Zaíra 2, Zaíra 4, Cerqueira Leite e Jardim Silvia. Ao ser indagado sobre a existência de outros painéis, um funcionário responde que só existem os dois.

Nos horários constatados nos painéis, um símbolo de ‘mais’ mostra que o veículo não chegará no horário previsto e, dentro de alguns minutos, nova estimativa é informada.

RENOVAÇÃO - Segundo a Suzantur, empresa que, no ano passado, venceu licitação para operar o transporte na cidade por dez anos, a frota conta com 226 veículos. De acordo com a Prefeitura, a companhia já colocou em operação 90 veículos zero-quilômetro e deverá chegar a 250 ônibus nos próximos meses. O diretor-presidente da concessionária, Claudinei Brogliato, disse que está prevista para o fim de fevereiro a compra de 50 coletivos, com investimento de R$ 15 milhões. O prazo se dá em virtude da volta das férias coletivas das montadoras.

Foram transportados em 2014 entre 120 mil e 150 mil passageiros por dia. Dos usuários com direito a gratuidades, são 31.340 idosos, 10.043 usuários, entre pessoas com deficiência ou patologias como câncer e HIV, e 6.037 para acompanhantes de passageiros especiais.A concessionária informa que não recebe subsídio para operação.

Esta é a segunda reportagem especial do Diário sobre os sistemas municipais de Transporte no Grande ABC. A primeira foi publicada no domingo e mostrou a realidade de São Bernardo. Serão feitas matérias sobre todas as cidades.


Administração irá reformar terminais

A presidente Dilma Rousseff (PT) autorizou em julho do ano passado investimento de R$ 79,5 milhões para a remodelação dos cinco terminais de ônibus de Mauá. O recurso, encaminhado por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), será destinado pelo OGU (Orçamento Geral da União).

O projeto prevê total remodelação das estações do Centro e dos bairros Zaíra, Itapeva, Itapark e Guapituba. Também está planejada a construção de outro terminal na região central, provavelmente na Avenida João Ramalho.

Em dezembro, a Prefeitura informou que já haviam sido assinados contratos de empenho para executar os projetos do PAC Mobilidade Urbana, sendo os R$ 79,5 milhões para a construção de seis terminais de ônibus e outros R$ 10 milhões para o Corredor de Ônibus da Avenida Itapark. Na época, a administração afirmou que as obras iriam começar pelos terminais Zaíra, Itapeva e Itapark e pelo corredor. Também foi afirmado na ocasião que já havia sido lançado o edital de chamamento para empresas interessadas em participar do empreendimento.</CW>

Enquanto as obras não saem do papel, a situação do Terminal Central é deplorável. Na tarde de ontem, enquanto a cidade era atingida por forte chuva, grande quantidade de água caía dentro da estação, inclusive em cima dos bancos.

O secretário de Mobilidade Urbana, Azor Albuquerque, foi procurado para comentar o assunto, mas não retornou os contatos.


Prefeitos querem unificar passe livre

NATÁLIA FERNANDJES
nataliafernandjes@dgabc.com.br

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC deverá discutir amanhã as regras para estabelecer o passe livre para estudantes da região no sistema municipal de Transporte das sete cidades. A gratuidade foi anunciada no dia 22 de dezembro, na última reunião do colegiado em 2014. Para que a medida entre em vigor, cada Prefeitura tem de aprovar lei específica.

O secretário executivo do Consórcio, Luis Paulo Bresciani, esclarece que ainda não é possível saber o número exato de alunos beneficiados, tendo em vista a necessidade de se identificar a parcela de jovens matriculados no ensino regular que é usuária do transporte público.

“A recomendação é de que as áreas técnicas do Consórcio trabalhem em uma regulamentação padrão, com (aprovação do) projeto de lei o mais homogêneo possível”, diz. O que também ficou definido, de acordo com Bresciani é que não vai haver limite de renda para o benefício. Dessa forma tanto alunos da rede pública quanto da privada serão contemplados.

“Vamos correr para que os estudantes iniciem as aulas já tendo esse direito”, observa o prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio, Gabriel Maranhão (PSDB). Segundo ele, caso haja necessidade, existe a possibilidade de antecipar o retorno das atividades das Câmaras municipais para que a lei seja aprovada antes do começo do ano letivo. 




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