Política Titulo Palanque nas eleições
Metade dos vereadores mudam de lado no Grande ABC

Cidades de São Bernardo e Mauá aparecem no
topo da lista, com 12 alterações de parlamentares

Por Fábio Martins
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
14/08/2016 | 07:00
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ABr


O quadro eleitoral do Grande ABC registra que 47% dos vereadores da região decidiram subir em palanques diferentes dos que estiveram no peito de 2012. No total, são 65 mudanças de apoio dentro do contexto geral de 138 representantes possíveis nas Câmaras das sete cidades – quatro a menos pela morte de dois parlamentares e duas cassações de mandato (confira arte ao lado). São Bernardo e Mauá aparecem no topo da lista, com 12 mudanças de rota cada.

No município hoje gerido pelo prefeito Luiz Marinho (PT), há casos, por exemplo, de mudanças de raia de vereadores que apoiaram o projeto de reeleição do petista e que agora não vão com Tarcisio Secoli (PT), indicado por Marinho à sucessão. Há desconfiança com o fato de Tarcisio (que nunca foi candidato antes) ainda patinar nas pesquisas eleitorais.

Todos os seis prefeitos eleitos em 2012 e que agora tentarão a reeleição (exceto Marinho, que já está em segundo mandato) dobraram o número de apoios, em comparação com suas bases de quatro anos atrás. No pleito passado, Carlos Grana (PT,Santo André), Paulo Pinheiro (PMDB, São Caetano), Lauro Michels (PV, Diadema), Donisete Braga (PT, Mauá), Saulo Benevides (PMDB, Ribeirão Pires) e Gabriel Maranhão (PSDB, Rio Grande da Serra) tiveram adesão de 34 parlamentares eleitos. Agora terão 68.

O atual cenário também indica menos adesões às candidaturas do PT. A sigla está desgastada pelo cenário nacional, em que a presidente Dilma Rousseff foi afastada em processo de impeachment e deve perder definitivamente o mandato até o fim do mês. Soma-se ainda os escândalos de corrupção na Petrobras envolvendo caciques do petismo. Em 2012, 54 vereadores eleitos apoiaram prefeituráveis do PT. Agora, as chapas encabeçadas por petistas atraem 42 parlamentares – queda de 22,2%. As duas cidades onde a sigla mais perdeu adesão foram em Diadema (9 vereadores) e São Bernardo (8). Em contrapartida, o PT mauaense atraiu mais oito apoios do que quatro anos atrás.

Os dois petistas que tentarão a reeleição (Grana e Donisete), por outro lado, registram mais adeptos neste ano. O prefeito de Santo André tem um a mais (eram seis em 2012) e contabiliza sete. Já o de Mauá angariou outros oito (eram seis) e hoje tem 14 ao seu lado.

Além de Donisete abrir espaço no governo para ex-adversários, o chefe do Executivo também herdou aliados da ex-deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), sua rival em 2012 e que, condenada por crime eleitoral, ficou inelegível e não disputará o Paço neste ano. Antigos apoiadores da peemedebista decidiram não acompanhar a decisão de Vanessa de apoiar Atila Jacomussi (PSB) ao Paço.

Santo André apresenta dez alterações no cenário, sendo que a maioria dos representantes rachou após a derrota do então prefeito Aidan Ravin (PSB) no pleito.

Episódio parecido pode ser visto na vizinha São Caetano, onde ocorreram 11 alterações de trajetória, sete delas com o revés da então postulante governista Regina Maura Zetone (PSDB). Esse grupo de vereadores pulou de raia e caminha atualmente pela reeleição de Pinheiro. Outro caso semelhante ocorre em Diadema, tendo 11 modificações. Com a queda de Mário Reali (PT), bloco com seis parlamentares vão com Vaguinho do Conselho (PRB).

Rio Grande da Serra, de Gabriel Maranhão (PSDB), é a que menos contabilizou trocas de rumo. 




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