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Mazar-i-Sharif festeja fim do governo talibã
Por Das Agências
11/11/2001 | 16:56
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Os habitantes de Mazar-i-Sharif destruíram os vestígios do governo Talibã e voltaram a saborear uma certa liberdade este domingo, depois de três anos de rígido controle islâmico. A população quebrou os cassetes com os discursos dos dirigentes talibãs e muitos correram a alugar fitas de vídeo, que estavam proibidas pela milícia integrista, segundo a agência Afghan Islamic Press (AIP).

As barbearias se encheram de homens dispostos a tirar a barba, que era obrigatória sob o regime talibã. As mulheres foram aos mercados livres da obrigação de usar a burka, a tradicional túnica afegã que as cobre dos pés à cabeça.

Mas os residentes da etnia pashtun temem represálias, assinalou a AIP. A cidade está dominada por minorias que ainda ainda recordam o massacre dos talibãs, pashtuns em sua maioria, quando entraram em Mazar-e-Sharif em agosto de 1998.

A Aliança do Norte, que esta sexta-feira conquistou a cidade, diz ter mudado muitas das rígidas regras dos talibãs, que visavam impor a forma mais pura da lei islâmica.

Não existe qualquer observador estrangeiro na cidade para confirmar estas informações, mas Mohamad Sardar Saeedi, um conselheiro dos líderes do Partido Unificado (Hezb-i-Wahdat), uma facção de muçulmanos xiitas da Liga do Norte, declarou : "Hoje reina a tranqüilidade em Mazar-e-Sharif". "Os residentes voltaram para as ruas, a maioria das lojas está aberto. Tudo está voltando a funcionar", acrescentou.

No território talibã, os homens eram hombres açoitados em público ou presos por não usar barba suficientemente longa. "As mulheres também estão disfrutando da liberdade. Já não devem ser acompanhadas por um homem quando saírem às ruas", acrescentou.

As burkas negras se converteram em um dos símbolos do governo talibã, mas muitas mulheres devem continuar respeitando a tradição afegã e usar burkas de outros colores, estimam os analistas. Saeedi também disse que a rádio voltou a tocar música, algo inimaginável há alguns dias.

A Aliança do Norte, apesar de também se denominar "Frente Unida Islâmica", tenta dar uma imagem mais liberal que os talibãs.

Abdul Rashid Dostam, o general de etnia uzbeque expulso de Mazar-e-Sharif pelos talibãs, em agosto de 1998, declarou a uma rádio local ter ordenado que grande parte de suas tropas deixem a cidade.

"A segurança da cidade, a segurança em todos os distritos de Mazar-e-Sharif será mantida por 300 homens", disse, em entrevista à rádio BBC.




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