Política Titulo Acordo com Semasa
Paulo Serra admite romper contrato com Odebrecht

Prefeito eleito volta a reclamar de celeridade no processo de privatização da água na cidade

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/11/2016 | 07:00
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Prefeito eleito de Santo André, Paulo Serra (PSDB) admitiu a possibilidade de romper contrato entre o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e a Odebrecht Ambiental, que deve ser assinado até o fim do ano pelo governo de Carlos Grana (PT). O tucano, inclusive, avisou que levará o caso ao conhecimento oficial da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que cobra dívida na casa dos R$ 3 bilhões da autarquia andreense – passivo esse não discutido com a Odebrecht.

“É possível (quebrar o contrato), mas quanto antes melhor. Contrato ainda é baseado em condição de percentual que não existe. Nós vamos levar a questão para a Sabesp. Teremos, provavelmente, reunião com o Jerson (Kelman) na quarta-feira (amanhã). Nada justifica essa pressa. Não enxergo nada que poderia levar a isso. É equívoco. Essa discussão não pode ser tratada ao apagar das luzes por governo rejeitado”, reclamou Paulo Serra, ao lembrar que Grana não conquistou a reeleição.

Na quinta-feira, o Semasa publicou oficialmente que aceitou as propostas técnica e financeira da Odebrecht. A empresa cobrou R$ 3,37 bilhões da autarquia andreense para gerenciar os serviços de água e da nova ETA (Estação de Tratamento de Água) do Pedroso pelos próximos 35 anos. De acordo com o Semasa – que rejeita ser privatização do sistema municipal –, a Odebrecht precisará comprovar investimentos para que o dinheiro entre no caixa da companhia.

“Estamos avaliando essa situação. Até agora não temos informações suficiente. Não temos nem condições de dizer que se seria o melhor modelo. Portanto, lamento muito pelo momento. Sei que falta legitimidade para decisão como essa tão séria e ser tomada por governo que foi rejeitado pela população. Eles tiveram quatro anos para isso e não existe argumento legal ou político. O setor jurídico da equipe de transição está analisando o caso”, adicionou Paulo Serra. “Não esperávamos que esse processo fosse evoluir (dessa forma). Não da maneira como está sendo conduzido. É pauta importante. A transição está em andamento, com troca de informações contínuas. Partiremos para a parte setorial nos próximos dias.” 




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